quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

As Pequenas Provas de Nossos Dias...


Segundo o Espiritismo vivemos em um planeta de provas e expiações, o que nos coloca frente a grandes desafios existenciais que devem ser encarados sem pestanejar. Jesus, aliás, bem antes da doutrina espírita afirmava que no mundo teríamos aflições.

Claro, melhor do que qualquer pessoa deste planeta Jesus sabia que por conta de nosso nível evolutivo passaríamos por situações um tanto quanto complicadas, mas perfeitamente superáveis. Portanto, não é novidade que seremos de vez em quando, ou de vez em sempre, visitados pelas dificuldades que, em realidade, são desafios para nossa evolução.

Até ai tudo tranquilo, tudo beleza. Mas quais são essas provações?
Dos mais variados segmentos. Prova da paciência, resignação, humildade, ingratidão, enfermidade, dificuldade financeira...
Em suma, a única coisa que sabemos fielmente é a de que essas provações virão justamente ao encontro do que necessitamos aprender. Logo, são pedagógicas, jamais punitivas.

Venceremos todas as provações da existência?
Pode ser que sim, pode ser que não. Entretanto, os Espíritos informam que utilizando a boa vontade todas as provações são superáveis. Ah, poucos dentre vós têm boa vontade, dizem os sábios da espiritualidade.
Pois é, como dito acima, dependerá muito de nós.

Perceba, porém, caro leitor, que nas provações mais complexas em que somos encurralados pela vida, em geral vencemos. E vencemos porque geralmente no caso das calamidades existenciais nos apegamos a Deus, oramos, pedimos forças e serenidade e o Pai não nos abandona. Por conta de nossa boa vontade e da ajuda dos bons espíritos saímos vencedores das grandes provações.

Recordo-me quando tive grave problema de saúde e quase mudei para o além. Com a ajuda de Deus e dos amigos eu consegui. Confesso a vocês que foi mais tranquilo enfrentar o processo de enfermidade do que, por exemplo, conseguir controlar minha impulsividade. Enquanto aquele processo todo durou um ano, eu convivo com as dificuldades oriundas de minhas atitudes impulsivas há séculos. Este exemplo é apenas para ilustrar como nos tornamos fortes nas grandes adversidades.

Por isso creio não serem as grandes adversidades e provações existenciais os maiores vilões do bom convívio e da fraternidade entre as pessoas. O problema reside em outro lugar: nas pequenas coisas. Exatamente. Nos pequenos aborrecimentos, nas questiúnculas que nos tomam tempo demasiado e importante, nas polêmicas estéreis, nas discussões infrutíferas, nos considerados temas banais do cotidiano que residem nossa mais complicada prova.

São essas provações as mais perigosas e que causam o esfacelamento das instituições, a ruptura de amizades, o naufrágio de nobres ideais...
Poucos se dão conta porque elas são aparentemente inofensivas, quase invisíveis. Entretanto, aos poucos fazem ruir paredes.

Os Espíritos inferiores, porém de inteligência mais aguçada não colocam grandes problemas em nossas mãos porque sabem que nos grandes entraves existenciais tendemos a procurar Deus e os afastamos. Tomemos cuidado com as pequenas coisas, as questiúnculas irrisórias, as polêmicas estéreis, porque é no acúmulo das pequenas coisas que residem os grandes problemas futuros que nos fazem cair.

E então os grupos espíritas ou não, vão se esfacelando. Paulatinamente amizades vão minando e a desunião se estabelece naufragando nobres ideais de servir no campo do bem... Cuidado, pois, com os pequenos melindres, os pequenos problemas, as mínimas pedras do cotidiano, porque são essas situações que derrotam o gigante...

Uma questão a refletir.

Wellington Balbo 
Salvador, BA



domingo, 1 de fevereiro de 2015

Minha Verdade


Recebemos esse depoimento pela Internet, enviado por um amigo espírita que vem dando tudo de si para clarear caminhos obscuros. Ele pediu-nos que publicássemos, mantendo evidentemente o sigilo necessário quanto à identidade da pessoa. A depoente consentiu com a divulgação, por saber que talvez ajude outras pessoas com problemas semelhantes.

Depoimento: Sinto-me fracassada, sem estímulo.
Uma de minhas características sempre foi a teimosia. Somente eu fui dona da verdade. A opinião de minha mãe nada valeu. Meu gênio forte, meu orgulho, prevaleceram.

Diante de amigos falsos e preconceituosos, dei espaço à revolta. Não me conformava com meus problemas existenciais, com as pessoas maldosas que deparei nos anos escolares.

Mamãe convidava-me sempre: filha, busque uma religião. Todos nós necessitamos de uma religião. Sempre rejeitei seus convites. Arredia, pedia que ela parasse de falar. Jamais prestei atenção na docilidade com que me aconselhava. Sua preocupação irritava-me.

Acabei ligando-me ao hábito de fumar. E depois ao uso da maconha.

Nesse meio de tempo, minha mãe morreu. Foi então que me dei conta de como o carinho dela me fazia falta. Hoje sinto muita saudade de minha mãe.

Estou com trinta e quatro anos, envelhecida, triste, busco Deus e não sei como achá-Lo. Apenas sei que tenho que reconhecer que falhei.

Encontro-me aqui no Centro Espírita buscando ajuda, pois sonhei com minha mãe e no sonho eu conversava com ela bem aqui em frente... acho que é um sinal... por isso vim aqui, sem orgulho e empobrecida.  É assim que me sinto.

Ajudem-me de alguma forma, sei que minha mãe está tentando me reerguer. Quero ter uma vida diferente da atual, desejo reagir e mudar meu rumo.

Depoimento dado em 2007
  
Reflexão: A única forma de não nos entregarmos às influências que nos trazem insucesso, é ter o coração manso e aberto ao diálogo franco. Toda revolta, por isso ou por aquilo, é prejudicial. É preciso pensar na especialidade da vida e na importância de ligar-se à pessoas que possam nos acrescentar algo. Se temos um familiar ou um amigo portador de bom senso, honestidade e sabedoria, valorizemos esse familiar ou amigo. Ele está em nosso caminho por algum motivo, com certeza providencial. O estar “de olhos abertos” evita o desabrochar da infelicidade.