segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Sobre Kardec – Exemplo Na Vida E Na Morte

 


Hippolyte Léon Denizard Rivail - Allan Kardec - faleceu em Paris, no dia 1 de março de 1869, com 65 anos, sucumbindo pela ruptura de um aneurisma.

Vimo-lo deitado num simples colchão, no meio da sala das sessões a que há tantos anos ele presidia; vimo-lo com o semblante calmo como se extinguem aqueles a quem a morte não surpreende e que, tranquilos quanto ao resultado de uma vida honesta e laboriosamente preenchida, imprimem como que um reflexo da pureza de sua alma sobre o corpo que abandonaram. Resignados pela fé em uma vida melhor, e pela convicção da imortalidade da alma, inúmeros discípulos tinham vindo lançar um derradeiro olhar àqueles lábios descorados que, ainda na véspera, lhes falavam a linguagem da Terra. 

Erraria quem acreditasse que, em virtude dos seus trabalhos, Allan Kardec devia ser frio e austero. Não era, entretanto, assim. Esse filósofo, depois de haver discutido pontos mais difíceis da Psicologia e da Metafísica transcendental, mostrava-se expansivo, esforçando-se por distrair os convidados que ele frequentemente recebia na Vila Ségur. Conservando-se sempre digno e sóbrio em suas expressões, sabia adubá-las com o velho sal gaulês em rasgos de afetuosa bonomia. Gostava de rir com esse belo riso franco, largo e comunicativo, e possuía um talento todo particular em fazer os outros partilharem do seu bom humor. 

Trechos da biografia feita por Henri Sausse

Imagem: Editora Boa Nova