O
maldoso ladrão abeirava-se da época de mais uma reencarnação. Aproximadamente
mil e quinhentos anos haviam se escoado entre idas e vindas, mas seu interior
continuava muito mal.
Uma
assembleia de vinte espíritos se reuniu para decidir quem seria seu protetor,
chamado por muitos de Anjo Guardião. Dos
espíritos convocados, o que se ouviu foi:
–
Eu não... Eu não...
Ninguém
quis. O
ladrão, sabendo da ocorrência, entristeceu-se. Afinal, ele desejava a vida no
corpo físico. O
fato é que em meio aos nãos proferidos e à angústia do ladrão, surgiu uma
senhora encanecida que disse:
–
Eu poderei ser a protetora dele. Jesus permitiu.
–
Ele ainda é mau e talvez a senhora não tenha condições de assumir uma tarefa de
tal envergadura – respondeu um dos elementos da assembleia.
–
Como não? Fui mãe dele em várias vidas, conheço-o profundamente e há séculos
venho trabalhando pela melhora moral dele. Com a ajuda dos espíritos
encarregados da evolução humana, conseguirei providenciar situações que talvez
despertem a bondade em seu coração. Percebo que em várias ocasiões ele tem
pedido a ajuda de Deus.
Concedido
o aval, a nobre mulher o acompanhou até um lar na Terra, onde um casal desejava
muito um filho. “No
final das contas”, após oitenta e dois anos, ao findar-se mais uma etapa
daquele homem na vida física, digamos que a senhora encanecida conseguiu o
primeiro grande sucesso em sua missão.
Dedicação
de mãe é luz que perdura para sempre!
Fraternidade Irmã Judite