quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Papa-passe: Expressão Inconveniente


O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem possível, que desejaríamos que nos fosse feito. Tal é o sentido das palavras de Jesus: “Amai-vos uns aos outros, como irmãos”. O Livro dos Espíritos – 886

Eu evito impingir a alguém a expressão “papa-passe”.
Prega-se a necessidade de estudar Espiritismo e realizar trabalho voluntário. Com isso eu concordo plenamente. Diz-se que a pessoa não pode ficar dependente do passe e precisa modificar-se para melhor, no que concordo também.
São reais, todavia, aspectos outros que merecem atenção. Certamente existem os que vão semanalmente receber o passe, levando as garrafinhas com água para depois tomar em seus lares, dividindo-a com seus familiares. A fé é para eles o arrimo a fim de que não sucumbam ante as provações que enfrentam. Alguns quase não sabem ler. Não adianta cobrar estudo deles, a realidade de tais irmãos pede compaixão.
Já presenciei, por exemplo, uma anciã com dificuldades para andar, que ia semanalmente receber o passe. Uma vizinha a levava. Ouvia atentamente as preleções, recebia os passes fervorosamente e dizia que se sentia imensamente feliz em estar no Centro Espírita.
Como tachar essa senhora de papa-passe?
Outras vezes, era um alcoólatra tentando deixar o vício. Para se fortalecer, buscava com frequência o passe. Deixava o trabalho na oficina para comparecer ao centro.
Tanto a anciã como o senhor alcoólatra buscaram o centro anos a fio. Dá para contar nos dedos as vezes que não compareceram.
Pessoas que passam por crises financeiras motivadas por perda de emprego buscam com afinco o recurso do passe. A lista dos necessitados é grande e variados são os motivos.
Vários são vistos chorando copiosamente durante a irradiação de energias.
Tenho a convicção de que não devo jamais usar a expressão papa-passe. Meu coração não permite.
É certo que cada qual percorre seu caminho evolutivo da maneira que lhe é peculiar. Uns são lentos, outro despertam mais rapidamente.
Usar o sentimento, aparato emocional de imenso valor, isso sim agrada ao Senhor.
Caridade é também compreender a realidade do outro.

Maria Nilceia



domingo, 21 de fevereiro de 2016

Numa Tempestade de Areia


Imensa tempestade de areia acontece numa área do deserto africano. Uma família permanece no meio dela: pai, mãe, uma filha adolescente e um filho de nove anos. No fim da tempestade, a jovem, portadora de problemas graves de saúde não resiste e morre. Os familiares, com seus corações condoídos abraçam-na e choram... Difícil acreditar e aceitar que perderam a filha amada.

No mesmo local, a cena na dimensão espiritual é outra. A menina se levanta. Olha em sua volta para ver se encontra a família. Não compreende o que está a ocorrer. Vê pessoas se aproximando montadas em camelos. Ela pensa: vou pedir ajuda às pessoas dessa caravana. Um homem de face iluminada desce e se dirige a ela:

-Vem filha, não se assuste. Vem fazer parte de minha caravana. As pessoas que vê são boas e também tiveram que deixar seus familiares, assim como você. Sua habitação agora será em outro local. Trata-se de uma linda colônia com ar puro e muitas flores. Você gostará.

A jovem, fitando aquela bela e cativante face portadora de solidariedade, cria coragem e diz:

-Penso que és Jesus.

Ao que ele responde:

-Você acertou. Sou Jesus e arrebanho minhas ovelhas para que nenhuma permaneça perdida.

Com os olhos marejados ela roga:

-Cuida também de meu pai, mãe e irmão.

-Assim farei. Eles ficarão bem. Acalme seu coração.

Juntos partiram.

Reflexão: A bondade, quando existe no ser humano, promove a proteção tão necessária. Na verdade, todos devemos nos preparar para merecê-la.
Paz a todos!

Obreiros do Bem
Maria Nilceia
Relato recebido via mediúnica na manhã de 19-02-2016
Imagem: Banco Google