terça-feira, 24 de novembro de 2015

Mediunidade Sem Prodígios


Allan Kardec no livro Viagem Espírita em 1862, em relação aos médiuns, afirma: E as virtudes constituem a pedra de toque.

Pessoas necessitadas de amparo moral e emocional procuram os Centros Espíritas com a esperança de conseguirem alívio para seus males geradores de sofrimento.
Seu estado é de vulnerabilidade. Acreditam em tudo o que lhes é dito. É imprescindível cuidado.

É aí que entra a relevante contribuição do médium perante tais irmãos carentes. O médium responsável:
-não se faz crer veículo capaz de realizar prodígios e também não se atribui o papel de profeta;
-fica longe de tentar impressionar o indivíduo através de seus dons mediúnicos e em hipótese alguma se vangloria;
-não se influencia por ideias ambiciosas;
-entende que seus exemplos falarão alto perante os necessitados e sabe que pelo modo como conduz seu labor é que inspirará confiança;
-jamais desmerece aquele que o procura;
-sabe que as virtudes - entre elas a simplicidade, a humildade, o amor - é que serão os sinais de que age como um verdadeiro cristão.

Dessa maneira, ele consegue ajudar porque:
-não promete nada;
-leva o necessitado a entender que os irmãos do Plano Espiritual em condições de ajudar certamente farão todo o possível para amparar;
-conduz o assistido à prática da prece e da fé no Pai Criador.
-dedica-se a despertar naquele que o procura a confiança em si mesmo no combate ao medo e à insegurança.

Concluímos que: o médium mais capaz de auxiliar é aquele que leva o necessitado a se tornar autossuficiente e não dependente de Espíritos que estejam à sua disposição o tempo todo. Mostra que o Espiritismo é efetivamente fonte de libertação e jamais de dependência psíquica e moral.
Com o médium consciente o Espiritismo tende a iluminar a humanidade sempre mais.

Maria Nilceia
Apoio:
Viagem Espírita em 1862 – Allan Kardec
O Livro dos Médiuns – Allan Kardec
As lindas telas são da amiga "Maucha Land". Ela faz parte da ONG LUZ FUNDAMENTAL. Convido-os a conhecer:




quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Em Caso de Afastamento das Pessoas


Fulano não me atendeu bem no Centro Espírita.
Sicrano nem me notou.
Não suporto Beltrano.
Ah... Vou mudar de religião. Aqui não volto. 
Costumam ocorrer fatos desta natureza nos Centros Espíritas e nos templos de outras religiões.
Se não recebem tratamento "personalizado", existem pessoas que se afastam. Ofendem-se por tudo e por nada.
Não percebem quantas vezes as portas lhes foram abertas e quanto carinho receberam.
Se isso ocorre no trabalho fraterno que realiza, vale analisar e refletir.
Se realmente estiverem ocorrendo omissões, deve-se conversar e mudar o proceder, pois boas maneiras cabem em todo lugar.
Caso, todavia, os reclamantes deixaram-se influenciar por sentimentos negativos e fantasiosos, que não seja alterada a ordem dos fatos, que o rio corra e que venham novos necessitados.

Maria Nilceia


sábado, 17 de outubro de 2015

O Melhor Para Seu Filho


Você espera e deseja o melhor para seu filho.
Em muitos pais espíritas, apesar do desejo de tornar os filhos pessoas de bem tendo como base a Doutrina Espírita, acabam infelizmente, deixando-se influenciar por iniciativas impeditivas do desabrochar da sensibilidade infantil apoiada no amor ao bom e ao belo.

Quando os pequenos atingem os primeiros anos escolares, muitos pais espíritas acabam optando por permitir que seus filhos sigam a religião da maioria. Isso pelo medo de verem seus filhos vítimas de preconceitos dos amiguinhos.

Vocês, pai e mãe espíritas, possuem a responsabilidade de encarar a situação com firmeza. Alimentem a responsabilidade de criar bem os filhos. Sabemos que a evangelização nos moldes do Espiritismo é bastante benéfica para o aflorar de uma mentalidade consciente e correta. Caso no centro não exista o curso de Evangelização para crianças, assumam essa tarefa no lar. Serão momentos de alegria e união. 

Caso seus filhinhos insistam em frequentar outro templo, vocês podem permitir, desde que não se omitam em ensinar no lar os conhecimentos espíritas. Façam questão de frisar: no Espiritismo aprendemos assim...

Afirmo que já ouvi de mães lamentos como:
-não devia ter deixado de prestar atenção no fator religião. Gostaria de ter sido firme. Agora, já jovem, ele não quer seguir religião alguma;
-sou espírita ardorosa e falhei em relação ao meu filho. Hoje, envolvido com drogas, será que estaria, caso eu tivesse cumprido o meu papel de mãe espírita?

Criei um blog de meus livros. Acessem-no. Vejam que nele ofereço gratuitamente obras infantis, as quais envio como arquivos Adobe ou Word.
Caso desejem receber, basta solicitar através do e-mail espiritismo.luz@uol.com.br
Só peço um pouco de paciência se houver alguma demora no envio, pois estou com falta de tempo integral para a internet.
Para acessarem meu blog de livros, aqui vai o endereço:

Os livros infantis são:
CURSO DE EVANGELIZAÇÃO INFANTIL
ESPIRITISMO... PARA SEMPRE EM MEU CORAÇÃO!
UM ENCONTRO COM MEU ANJO
PEDRINHO E SUA VIAGEM MARAVILHOSA.
Este último não é gratuito. Foi editado pela Casa Editora O CLARIM e poderá ser adquirido acessando o site da editora ou alguma distribuidora de sua preferência.

Meu abraço a todos,

Maria Nilceia 



domingo, 23 de agosto de 2015

Satisfação Conquistada


A jovem Clarissa passou a refletir sobre seus desejos frente à tradição religiosa de seus familiares. Não se sentia satisfeita. A crença era austera ao extremo.

Várias vezes se pegou pensando nos dogmas que lhe eram impostos, os quais julgava serem injustos frente à um Deus de amor, um Pai que a havia criado com tanto desvelo, Pai esse de toda humanidade, repleto de ternura e de sabedoria. 

Será mesmo que Ele era o que os dirigentes religiosos afirmavam? Por que diziam que ele julgava? Castigava? Não, segundo as necessidades de Clarissa, o Deus que ela imaginava era o Deus da compreensão, o maior pai e amigo.

Clarissa desejou buscar um caminho que poderia conduzi-la a Deus de maneira positiva e sensata. Afinal, se Ele havia criado todo o maravilhoso universo, repleto de astros, certamente ele merecia uma definição coerente.

Certa tarde, em que se viu tomada de estranha angústia, saiu a andar. Caminhou pela avenida que margeava a linda praia de ondas mansas, acariciadas pela luz do sol. Resolveu entrar numa viela estreita e após seguir caminhando, encontrou uma construção simples, caiada de branco, com uma porta de madeira de duas folhas, pintadas de azul. Sobre a porta, uma placa onde se lia: Centro Espírita Cristão “Chico Xavier”.

Sentiu-se motivada a entrar, o nome de Chico lhe veio à memória e ela sempre ouvira falar bem dele.

Timidamente entrou. Bancos de madeira pintados de branco sobre o piso de cimento preenchiam o interior do pequeno salão. Ao fundo, uma mesa com uma toalha branca contornada por delicada renda. Sobre a mesa, um vasinho com flores naturais. Ao lado do vaso, copinhos com água. Na parede atrás da mesa, no alto, três telas a óleo dispostas horizontalmente: Maria ao meio, ladeada por Jesus e por Chico Xavier. Numa das paredes laterais, uma tela contendo a figura de Allan Kardec. Na outra parede lateral um cartaz com os dizeres: Aqui tem amor e paz! Música suave fornecia serenidade aos presentes.

Clarissa sentiu uma tranquilidade tão imensa, tão buscada, que as lágrimas afloraram sem que ela conseguisse detê-las.

Após a música, uma senhorinha de cabelos encanecidos fez uma linda prece e a seguir foi lido um texto evangélico por um adolescente. A explanação ficou a cargo de um senhor de meia idade, que a fez de maneira cativante. Mário, esse era o seu nome. Depois os passes, a prece de encerramento, a distribuição da água fluidificada... Clarissa não tinha vontade de ir embora.

Mário, solícito, vendo que Clarissa era nova no ambiente, aproximou-se, apresentou-se e apresentou-a aos demais. Em quinze minutos de conversa agradável, Clarissa sentiu que havia entrado no lugar que sua alma há tanto buscava.

Passou a frequentar o agradável recinto, participou dos esclarecedores estudos e tornou-se uma feliz trabalhadora do Centro Espírita Cristão “Chico Xavier”, onde aprendeu que a crença espírita não se liga a dogmas, assim como o Deus de um é o Deus de todos. Aprendeu que Deus não castiga. Sentiu-se consolada ao saber que é a vida que devolve ao ser humano o produto de seu plantio, pois quem planta o bem, o bem colhe, assim como quem planta o mal recebe o mal de troco.

Léon Denis estava repleto de razão quando escreveu no livro Depois da Morte: ... O dogma não exerce atualmente influência alguma sobre a vida das sociedades. Fatigada dos embaraços em que a tinham envolvido, a alma humana atirou-se para a luz; despedaçou esses frouxos laços para unir-se aos grandes Espíritos, que não pertencem a uma seita nem a uma raça determinada, mas cujo pensamento alumia e aquece a Humanidade inteira.

Maria Nilceia



domingo, 5 de julho de 2015

As Verdades Divinas Manifestas

Reconstituição facial de Paulo feita pelos especialistas do LKA Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.

As verdades de Deus manifestam-se de lindas e artísticas maneiras. São provas de Sua sensibilidade,  digna de ser reflexionada e respeitada, sem deturpações feitas pelo homem comum. As verdades do Criador realizam-se através da existência das estrelas e de todos os astros, a girarem magnificamente no fimamento, bem como por meio do nascimento de uma criança, fato esse que tem sua divindade iniciada no ventre abençoado da mãe. No germinar de uma semente a se tranformar em planta, imprescindível à vida do ser humano e no nascer de um animal a prescindir de nossa dedicação, aí também se corporificam as verdades de Deus. Na ordem moral de toda essa maravilha, Deus está no comando.

As verdades de Deus, infelizmente são deturpadas pelo homem ignorante, que não tem ainda em si o gosto pelo cultivo do amor e do estudo. Faz da moral um amontoado de falsas verdades criadas por suas necessidades imediatas. Determina que o poder político é uma missão divina e com isso promove o destino do povo, que passa a sofrer as penosas consequencias de seu desmando, enquanto ele, o poderoso, desfruta do luxo e todo tipo de excesso, achando que isso faz parte das verdades de Deus. Criminosos, que tiram a vida de seus irmãos, agarram-se ao terço e dizem que Deus está com eles. Dependentes de vícios exterminam sua capacidade de produzir e vivenciar singelas alegrias. Buscam um embasamento que julgam legal para se explicarem diante de suas consciências e diante da sociedade. Permitem que suas mentes contaminadas se amoldem aos seus loucos desejos.

Não existe ato sem consequencia.
Ato bom gera resultado bom, ato mau gera resultado mau, inda que tarde a aparecer. 

No desenrolar dos fatos, assim como um incendio termina sob a ação do bombeiro, os erros praticados pelo homem também terminam com graves consequencias para os violadores das verdades do Pai. Basta pensar no destino que ora envolve as personalidades históricas que jazem nos túmulos da Terra, mas ardem na dinâmica de seus espíritos eternos, vivenciando no presente, amargas realidades que nossos olhos físicos não alcançam.

Espíritas, permaneçam com suas almas confiantes, propaguem o amor aos que buscam em suas mãos o alívio que necessitam. Eliminem de si qualquer tipo de negatividade e não permitam que seus procederes se condensem no preconceito e no fanatismo. É do conhecimento dos confrades que, muitos dos que os procuram, são seres tentando extirpar de si o mal praticado em vidas anteriores e mesmo nessa, seres que buscam acreditar na existência de Deus, desejosos de acertar para vencer com merecimento e coragem.
Fortifiquem as esperanças de tais irmãos e não os abandonem ante as tempestades que os rondam como monstros implacáveis a desejarem o extermínio de suas vidas.

Salve, nosso Pai e Criador!

Maria Nilceia
Mensagem inspirada em Paulo - Epístola aos Romanos, 18-22
05/07/2015   


domingo, 29 de março de 2015

Serenando o Coração


Salomão, no Livro dos Provérbios, escrito no ano 510 AC, deixou-nos palavras dignas de reflexão: “Se a sabedoria entrar no teu coração, e a ciência agradar à tua alma, a reflexão te guardará e a prudência te conservará, a fim de seres livre do caminho mal...”

Serenar o coração nas ocasiões difíceis nos fornecerá condições para não abandonarmos a lucidez e o entendimento que somente aquele que anda no caminho do bem e da integridade possui.
Ao contrário, quem se desvirtua e tem prazer em praticar o mal, bem depressa será visitado pelas desventuras que o mal provoca. Não consegue ter paz aquele que envereda por caminhos que promovem a desarmonia alheia.

O coração pacífico é detentor de existência profícua. Nada lhe promove o ódio ou a revolta. Pensando nisso, acalmemos o animo, eliminemos a ansiedade, sabendo que os caminhos retos nos trazem indicações a serem seguidas. Existe um conhecimento, o qual, se estudado, fornecer-nos-á forças para vencermos todas as agruras da vida, pois virá o entendimento do passando atuando no presente e nos chamando a preparar um bom futuro. Ei-lo: Tudo de ruim ou de bom que acontece na vida do ser humano, vem fazendo parte de seu carma secular, nascido desde o momento em que foi criado.

Léon Denis, em relação ao carma, em seu livro Depois da Morte, no capítulo em que analisa o Budismo, assim se expressa: “Designa-se por carma toda soma de méritos ou de deméritos adquiridos pelo ser. O carma é para este, em todos os instantes de sua evolução, o ponto de partida do futuro, o motor de toda justiça distributiva”.
Mais adiante, grafa a expressão de peso, de Sinnet: “Se as palavras e ações de um homem obedecem a um pensamento puro, a liberdade segue-o como uma sombra. O ódio jamais foi apaziguado pelo ódio, pois não é vencido senão pelo amor”.

Guiar-nos por essa verdade é sinônimo de vida sadia. 

Maria Nilceia

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

As Pequenas Provas de Nossos Dias...


Segundo o Espiritismo vivemos em um planeta de provas e expiações, o que nos coloca frente a grandes desafios existenciais que devem ser encarados sem pestanejar. Jesus, aliás, bem antes da doutrina espírita afirmava que no mundo teríamos aflições.

Claro, melhor do que qualquer pessoa deste planeta Jesus sabia que por conta de nosso nível evolutivo passaríamos por situações um tanto quanto complicadas, mas perfeitamente superáveis. Portanto, não é novidade que seremos de vez em quando, ou de vez em sempre, visitados pelas dificuldades que, em realidade, são desafios para nossa evolução.

Até ai tudo tranquilo, tudo beleza. Mas quais são essas provações?
Dos mais variados segmentos. Prova da paciência, resignação, humildade, ingratidão, enfermidade, dificuldade financeira...
Em suma, a única coisa que sabemos fielmente é a de que essas provações virão justamente ao encontro do que necessitamos aprender. Logo, são pedagógicas, jamais punitivas.

Venceremos todas as provações da existência?
Pode ser que sim, pode ser que não. Entretanto, os Espíritos informam que utilizando a boa vontade todas as provações são superáveis. Ah, poucos dentre vós têm boa vontade, dizem os sábios da espiritualidade.
Pois é, como dito acima, dependerá muito de nós.

Perceba, porém, caro leitor, que nas provações mais complexas em que somos encurralados pela vida, em geral vencemos. E vencemos porque geralmente no caso das calamidades existenciais nos apegamos a Deus, oramos, pedimos forças e serenidade e o Pai não nos abandona. Por conta de nossa boa vontade e da ajuda dos bons espíritos saímos vencedores das grandes provações.

Recordo-me quando tive grave problema de saúde e quase mudei para o além. Com a ajuda de Deus e dos amigos eu consegui. Confesso a vocês que foi mais tranquilo enfrentar o processo de enfermidade do que, por exemplo, conseguir controlar minha impulsividade. Enquanto aquele processo todo durou um ano, eu convivo com as dificuldades oriundas de minhas atitudes impulsivas há séculos. Este exemplo é apenas para ilustrar como nos tornamos fortes nas grandes adversidades.

Por isso creio não serem as grandes adversidades e provações existenciais os maiores vilões do bom convívio e da fraternidade entre as pessoas. O problema reside em outro lugar: nas pequenas coisas. Exatamente. Nos pequenos aborrecimentos, nas questiúnculas que nos tomam tempo demasiado e importante, nas polêmicas estéreis, nas discussões infrutíferas, nos considerados temas banais do cotidiano que residem nossa mais complicada prova.

São essas provações as mais perigosas e que causam o esfacelamento das instituições, a ruptura de amizades, o naufrágio de nobres ideais...
Poucos se dão conta porque elas são aparentemente inofensivas, quase invisíveis. Entretanto, aos poucos fazem ruir paredes.

Os Espíritos inferiores, porém de inteligência mais aguçada não colocam grandes problemas em nossas mãos porque sabem que nos grandes entraves existenciais tendemos a procurar Deus e os afastamos. Tomemos cuidado com as pequenas coisas, as questiúnculas irrisórias, as polêmicas estéreis, porque é no acúmulo das pequenas coisas que residem os grandes problemas futuros que nos fazem cair.

E então os grupos espíritas ou não, vão se esfacelando. Paulatinamente amizades vão minando e a desunião se estabelece naufragando nobres ideais de servir no campo do bem... Cuidado, pois, com os pequenos melindres, os pequenos problemas, as mínimas pedras do cotidiano, porque são essas situações que derrotam o gigante...

Uma questão a refletir.

Wellington Balbo 
Salvador, BA



domingo, 1 de fevereiro de 2015

Minha Verdade


Recebemos esse depoimento pela Internet, enviado por um amigo espírita que vem dando tudo de si para clarear caminhos obscuros. Ele pediu-nos que publicássemos, mantendo evidentemente o sigilo necessário quanto à identidade da pessoa. A depoente consentiu com a divulgação, por saber que talvez ajude outras pessoas com problemas semelhantes.

Depoimento: Sinto-me fracassada, sem estímulo.
Uma de minhas características sempre foi a teimosia. Somente eu fui dona da verdade. A opinião de minha mãe nada valeu. Meu gênio forte, meu orgulho, prevaleceram.

Diante de amigos falsos e preconceituosos, dei espaço à revolta. Não me conformava com meus problemas existenciais, com as pessoas maldosas que deparei nos anos escolares.

Mamãe convidava-me sempre: filha, busque uma religião. Todos nós necessitamos de uma religião. Sempre rejeitei seus convites. Arredia, pedia que ela parasse de falar. Jamais prestei atenção na docilidade com que me aconselhava. Sua preocupação irritava-me.

Acabei ligando-me ao hábito de fumar. E depois ao uso da maconha.

Nesse meio de tempo, minha mãe morreu. Foi então que me dei conta de como o carinho dela me fazia falta. Hoje sinto muita saudade de minha mãe.

Estou com trinta e quatro anos, envelhecida, triste, busco Deus e não sei como achá-Lo. Apenas sei que tenho que reconhecer que falhei.

Encontro-me aqui no Centro Espírita buscando ajuda, pois sonhei com minha mãe e no sonho eu conversava com ela bem aqui em frente... acho que é um sinal... por isso vim aqui, sem orgulho e empobrecida.  É assim que me sinto.

Ajudem-me de alguma forma, sei que minha mãe está tentando me reerguer. Quero ter uma vida diferente da atual, desejo reagir e mudar meu rumo.

Depoimento dado em 2007
  
Reflexão: A única forma de não nos entregarmos às influências que nos trazem insucesso, é ter o coração manso e aberto ao diálogo franco. Toda revolta, por isso ou por aquilo, é prejudicial. É preciso pensar na especialidade da vida e na importância de ligar-se à pessoas que possam nos acrescentar algo. Se temos um familiar ou um amigo portador de bom senso, honestidade e sabedoria, valorizemos esse familiar ou amigo. Ele está em nosso caminho por algum motivo, com certeza providencial. O estar “de olhos abertos” evita o desabrochar da infelicidade.



sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Mediunidade a Serviço do Médium


A mediunidade está presente em fiéis de todas as religiões, embora muitos duvidem disso. O médium (ou sensitivo para muitos), quase sempre, durante situações dificultosas, recebe auxílio para suas necessidades, através de sua própria mediunidade, independente da fé professada.

Inteiremo-nos de um caso. A jovem Ana (nome fictício) depositava imensa fé no poder de São Miguel Arcanjo. Católica fervorosa, arvorava-se no poder e na prática da oração. Em certa época, sua vida foi abrangida por grandes dificuldades. Um dia, em que se via possuída pelo inconformismo, sentiu nascer no interior de si mesma uma força imensa em forma de luz. Teve vontade de escrever. Sem saber que era a mediunidade a se manifestar, muniu-se de papel e caneta.

Imediatamente fluiu uma oração, em que era solicitado o auxílio de São Miguel Arcanjo. Chegando ao fim da inspiração, Ana percebeu que a prece era para ela mesma realizar. Feliz e sem saber explicar o fato, passou a fazer a oração diariamente. Seu coração foi gradativamente se acalmando e com o tempo as soluções foram chegando.

Ana, a nosso pedido, cedeu-nos a prece:

“São Miguel, minha alma encontra em vós carinho e consolo.
A revolta e a impaciência de meu coração são abrandadas por vossa força.
Deixai que vossa luz banhe meu coração, minha alma e minha mente, para que nessa luminosidade eu me eleve a Deus.
Meu bom amigo, levai minha prece ao Senhor. Ajudai-me a conseguir a graça de...
Protegei-me, ó anjo de luz, ó anjo de força, ó anjo de justiça.
Meu ser cantará um hino de louvor ao Senhor, quando vós, ó anjo, ouvirdes o meu clamor.
Que a vossa luz seja aumentada sempre para maior glória a Deus.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Amém.”

Um fator importante a considerar na mediunidade, é que o médium, através do estudo e da vivência, adquire a capacidade de analisar as energias das pessoas. Assim, ele é capaz de captar se determinada pessoa lhe é sincera, boa, amiga, ou se por detrás do sorriso impera a inveja, o ciúme, a maldade. A interação com as energias circundantes fornece o parâmetro para o médium proteger-se.

Como vemos, a dinâmica que rege a vida do sensitivo, é de grande valia para que ele tenha uma vida tranquila e agradável. Não tema a mediunidade, viva-a com amor. Você só terá a ganhar com isso, pois além de poder ajudar o próximo, poderá também ser ajudado.

Deus lhe abençoe fartamente.

Maria Nilceia



Dois Tipos de Caridade: A Fácil e A Difícil


Um exímio pianista tocava para grandes plateias de uma grande cidade. Apresentações ele fazia gratuitamente, visando ajudar instituições locais.
Certa vez, o presidente de um lar de crianças abandonadas, de uma pequena cidade interiorana, vendo a instituição passar por enormes dificuldades, teve a ideia de lhe pedir para tocar gratuitamente a fim de tirar o lar da crise. A renda com a venda dos ingressos seria revertida para ajudar a instituição.
A resposta do pianista foi que pensaria no pedido e retornaria a resposta. Escoados alguns dias ele retornou dizendo que não poderia atender ao pedido.
Esse fato retrata bem a realidade das pessoas em relação à caridade. Quando o ser humano está acostumado a suas atividades voluntárias, com hora e local marcado, ele as faz de boa vontade. Essa é a caridade fácil. Quando, todavia, é-lhe exigido sair da rotina, aí ele é inclinado a se omitir, pois lhe requer um sacrifício a mais.
A visão humana é ainda precária; não atina com a importância de estender a mão nos casos difíceis. Um sacrifício a mais lhe pesa, ainda que seja para reverter em precioso benefício para muita gente.
É uma pena que o eco não se forma quando é tão necessária uma ação.
Daí existir a caridade “fácil” e a “difícil”. Ficar com as duas será fazer luz onde o grito de socorro ecoa.

Maria Nilceia



domingo, 18 de janeiro de 2015

Todo Médium Tem que "Incorporar" Espíritos?


Nem sempre. A mediunidade revela-se através de formas variadas.

A experiência nos mostra pessoas dotadas de incrível sensibilidade para os fatos espirituais que nunca “incorporaram” espíritos. Muitas delas são, por exemplo, exímias dialogadoras. Na hora de consolar espíritos sofredores, encaminhar irmãozinhos perdidos, entram de tal maneira em sintonia com espíritos elevados, que os esclarecimentos se fazem repletos de sabedoria, de singeleza e de amor a cativar os necessitados.

Médiuns há que, quando em reuniões mediúnicas, não dão passividade aos espíritos, mas, são capazes de integrar-se às energias saudáveis do Cosmo, dinamizando pensamentos positivos e efetivando preces dotadas do poder de plasmar a sustentação energética das reuniões. Normalmente, são chamados de médiuns de sustentação.

Na área de curas, existem os medianeiros que emanam energias poderosas, energias estas que beneficiam enormemente os doentes encarnados. É expressivo o número de médiuns que, ao optarem por participar das reuniões de passes, exalam de tal maneira a energia renovadora, que os doentes sentem enorme alívio e chegam mesmo a ficar curados. Tais médiuns são, pois, poderosos agentes de caridade curadora.

Pela escrita proveniente dos médiuns escreventes intuitivos ou mecânicos, os benefícios também são enormes. Mensagens possuem o poder de consolar e de efetivar esperanças. Firmam a mente dos leitores na fé e no otimismo, no aprendizado essencial que conduz à evolução.

Medianeiros existem que ouvem os espíritos lhes falando, outros veem os habitantes do Além com tal nitidez, que conseguem fornecer preciosos detalhes.

A variedade da atuação mediúnica é, portanto, grande. Como vemos, nem todos necessitam incorporar espíritos.

Um fato devemos ressaltar. Mediunidade não deve em hipótese alguma ser forçada. Ela deve aflorar como o botão que nasce dentro da plantinha.
Ela se expande como a brisa, ou como a chuva. Forçar o médium a incorporar espíritos é um grande erro. Mediunidade forçada pode prejudicar o medianeiro e embotar sua real capacidade. Tudo tem sua hora.

Você, pois, que participa de determinada equipe mediúnica, procure descontrair. Deixe o Pai Maior cuidar de você. Confie. Tudo acontece exatamente como tem que acontecer. A você compete estudar, ser persistente e aceitar amorosamente a mediunidade que lhe é destinada.

 Maria Nilceia