Além disto, nesta narrativa, o nosso amor próprio estará,
muitas vezes, posto em jogo, e este é um motivo preponderante para um
retraimento de nossa parte. É esta ainda a razão que nos impede de publicar os
numerosos discursos que nos foram dedicados e que guardamos como preciosas
recordações.
Palavras de Allan Kardec contidas no livro “Viagem Espírita
em 1862, de Allan Kardec, Casa Editora O Clarim, pág. 25.
Eis
aí o comportamento do nobre Mestre Lionês que tanto nos comove e nos chama a
imitá-lo.
Sensatez,
simplicidade e equilíbrio foi o que ele demonstrou. Sem divulgar os discursos
com que foi agraciado, citou-os apenas, agradeceu e guardou-os no coração.
O
amor próprio, o excesso de luxo e de falas rebuscadas, quando se apropriam dos
espíritas que usam a tribuna, impedem que os confrades mais simples avaliem e
apreciem os ensinamentos de pessoas que poderiam estar à frente de multidões
carentes e ignorantes, mas desejosas de aprender de acordo com suas
possibilidades de entendimento.
Confrades
de parcos recursos e de pouca cultura vãos aos centros em expressivo número, em
busca de consolo e de encaminhamento. É então que deve entrar em ação a
dedicação amorosa de quantos laboram diariamente nos centros espíritas. Antes
do passe, as preleções surtem efeitos positivos nos assistentes, quando feitas
com simplicidade, de forma atraente, consoladora e instrutiva.
Que
se fale aos presentes sobre Jesus, sobre Kardec, sobre Chico, que se lhes
mostrem singelos exemplos de caridade, de convivência fraterna, que se dê
ênfase à simplicidade em que viveram, sem os aparatos exagerados proporcionados
pela evolução tecnológica. Que sejam revelados os modos sinceros, livres de
orgulho e prepotência, de radicalismos e altivez, de todos aqueles que levam
consigo o tremular da bandeira da paz, onde as expressões são de calma, de
bondade e de respeito, qualidades que vêm faltando em muitos credos e no
espiritismo também.
Quem
não amolda o procedimento à educação e à calma sentida e vivida, com certeza
muito terá a perder em seus objetivos. Talvez no início do caminhar tenham
deixado entrever tantas maravilhas, permitindo-se posteriormente e infelizmente
conduzir pelo desrespeito ao que busca uma situação melhor em seu caminhar, por
vezes perdido em dúvidas.
Deus,
nosso Pai, ilumine os corações e ajude os confrades vacilantes em seus deveres
cristãos, a repensarem em suas atitudes.
Que
consigam seguir os exemplos daqueles que partiram e que foram espíritas na
caridade e na simplicidade, retratos vivos do amor.
Paz!
Maria Nilceia