quinta-feira, 10 de julho de 2014

A Sensatez de Allan Kardec


Além disto, nesta narrativa, o nosso amor próprio estará, muitas vezes, posto em jogo, e este é um motivo preponderante para um retraimento de nossa parte. É esta ainda a razão que nos impede de publicar os numerosos discursos que nos foram dedicados e que guardamos como preciosas recordações.
Palavras de Allan Kardec contidas no livro “Viagem Espírita em 1862, de Allan Kardec, Casa Editora O Clarim, pág. 25.

Eis aí o comportamento do nobre Mestre Lionês que tanto nos comove e nos chama a imitá-lo.
Sensatez, simplicidade e equilíbrio foi o que ele demonstrou. Sem divulgar os discursos com que foi agraciado, citou-os apenas, agradeceu e guardou-os no coração.

O amor próprio, o excesso de luxo e de falas rebuscadas, quando se apropriam dos espíritas que usam a tribuna, impedem que os confrades mais simples avaliem e apreciem os ensinamentos de pessoas que poderiam estar à frente de multidões carentes e ignorantes, mas desejosas de aprender de acordo com suas possibilidades de entendimento.

Confrades de parcos recursos e de pouca cultura vãos aos centros em expressivo número, em busca de consolo e de encaminhamento. É então que deve entrar em ação a dedicação amorosa de quantos laboram diariamente nos centros espíritas. Antes do passe, as preleções surtem efeitos positivos nos assistentes, quando feitas com simplicidade, de forma atraente, consoladora e instrutiva.

Que se fale aos presentes sobre Jesus, sobre Kardec, sobre Chico, que se lhes mostrem singelos exemplos de caridade, de convivência fraterna, que se dê ênfase à simplicidade em que viveram, sem os aparatos exagerados proporcionados pela evolução tecnológica. Que sejam revelados os modos sinceros, livres de orgulho e prepotência, de radicalismos e altivez, de todos aqueles que levam consigo o tremular da bandeira da paz, onde as expressões são de calma, de bondade e de respeito, qualidades que vêm faltando em muitos credos e no espiritismo também.

Quem não amolda o procedimento à educação e à calma sentida e vivida, com certeza muito terá a perder em seus objetivos. Talvez no início do caminhar tenham deixado entrever tantas maravilhas, permitindo-se posteriormente e infelizmente conduzir pelo desrespeito ao que busca uma situação melhor em seu caminhar, por vezes perdido em dúvidas.

Deus, nosso Pai, ilumine os corações e ajude os confrades vacilantes em seus deveres cristãos, a repensarem em suas atitudes.
Que consigam seguir os exemplos daqueles que partiram e que foram espíritas na caridade e na simplicidade, retratos vivos do amor.
Paz!

Maria Nilceia