sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Matias e Sua Úlcera


A dor física é, em geral, um aviso da Natureza, que procura preservar-nos dos excessos. Léon Denis em O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 

Matias tinha uma úlcera.Quando enfrentava situações estressantes, ou quando praticava excessos na alimentação, as consequências incomodas da úlcera aumentavam. O médico aconselhara-o a manter equilíbrio em tudo, além de prescrever medicamentos.

Com esforço ele passou a manter-se sereno diante das situações inesperadas e tomou cuidado com a alimentação para que a úlcera permanecesse quietinha.
Devido às refeições controladas, seu corpo não acumulou gorduras. O colesterol ficou dentro da normalidade.
Ele sabia, porém, que a úlcera continuava existindo.

Certo dia ficou sabendo da existência de um poderoso homem capaz de curar. Todos diziam: trata-se de uma sábio.
Matias procurou-o e pediu que o curasse. O sábio disse que realmente poderia curar sua úlcera, mas que ele refletisse bem se era conveniente tal cura.
Ante a resposta afirmativa de Matias, o sábio curou-o.

Feliz com a cura, ele passou a se alimentar excessivamente. Engordou trinta quilos. O colesterol e a pressão viviam em alta.
Matias não teve dúvidas, voltou a procurar o sábio e pediu sua úlcera de volta, no que foi atendido. Novamente controlou a alimentação e evitou ficar estressado.
Ao final de algum tempo a pressão e o colesterol estavam controlados e o peso havia diminuído. Matias sentiu-se feliz por ter voltado às atitudes anteriores e dizia:

-Bendita seja minha úlcera, que agora dorme quietinha e me fez retomar o equilíbrio.

Moral da história: os problemas podem ser as soluções.

Maria Nilceia

sábado, 19 de novembro de 2016

Clamor no Deserto


“Eu sou aquele que clama no deserto.” João Batista, 1, 23

Certamente ele referiu-se aos indivíduos de corações imaturos, onde o bem é semente latente, mas a membrana da ilusão que a envolve ainda não foi rompida. Nas paredes de seus casulos, os seres humanos vivem suas experiências nem sempre benéficas, muitas vezes desastrosas.

As palavras de João são tão apropriadas ainda!
O pai clama ao filho:
– Resista à droga!
A mãe clama à filha:
– Cultive boas companhias!
Avós desnorteados choram pelos seus netos.

Incontáveis corações prosseguem áridos e as ilusões impedem de terem a visão do que é aconselhável pensar, sentir e fazer.
Rolam corpos na lama do sensualismo exacerbado. O álcool é o alimento que necessitam. E geralmente tomam-no para driblar a infelicidade que os visita. A eternidade foge-lhes da visão nublada, incapaz de enxergar a diferença entre a “delicadeza do arco-íris e os charcos da terra”.

Tudo isso, no entanto, terá um fim. As iniquidades desaparecerão e muitos serão afastados do planeta. Farão a migração, ainda que forçada, a outras moradas. É o que dizem todas as profecias.

Amor não dispensa energia. Assim, todos os que alimentam atos danosos a si mesmos, certamente em alguma época de suas existências, não contaram com medidas corretivas em relação ao mal que alimentam interiormente.

A verdade que consola é que Jesus deseja ardentemente que todas as ovelhas se livrem de seus próprios enganos. Que a luz Dele possa brilhar em nós!


Maria Nilceia

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Faltas ou Boas Ações – Carimbos no Perispírito


A maravilha chamada reencarnação consta não só no Espiritismo, mas também nos ensinamentos dos povos orientais. Seus adeptos mantém-na na dinâmica das explicações dos muitos porquês que rondam a curiosidade do ser humano, desejoso de se aprofundar no assunto. Renomados cientistas vêm prestando importantes contribuições com suas pesquisas referentes à regressão de memória.

Convém que reflitamos: quantas hediondas manchas temos carimbadas em nosso corpo espiritual a promoverem sensações desagradáveis? Ou então atos de bondade a aumetarem nossos merecimentos? Quantas terras, talvez além-mar já nos serviram de pátrias? 

Provavelmente e remotamente já caminhamos muito, promovendo machucaduras em nossos pés que nem sequer dispunham de um par de sandálias. Posteriormente a situação melhorou e nos servimos de carruagens, depois de trens, hoje de automóveis, aviões, navios. Certamente já fomos empregados, outras vezes patrões. Apanhamos, batemos, agradamos, fomos agradados. Diálogos afáveis umas vezes, discussões acaloradas em outras.

São cenas vivas – armazenadas em nosso subconsciente - que nos abrangeram em diversos locais da Terra e que nos incentivam a não teimarmos contra o Bem, o Amor, a Honestidade, o Respeito, a Autenticidade, a Simplicidade. São qualidades que devemos levar adiante como lindas e esvoaçantes bandeiras brancas a tremularem ante a brisa que refresca os corações sofridos que de nós necessitam.

Tudo isso vivido é o passaporte para conhecemos um estado d’alma tranquilo e gratificante, a nos trazer doces e agradáveis sensações que por enquanto a poucos é dado sentir. Dessa forma compreendemos a inutilidade da ira, do orgulho e da vaidade.

Pitágoras deixou escrito: “Vosso ser, vossa alma é um pequeno universo, mas está cheio de tempestades e de discórdias. Trata-se de realizar ai a unidade na harmonia.” Léon Denis – Depois da Morte

Nossas tendências atuais devem, pois, ser mantidas se forem positivas, ou então eliminadas se forem negativas. Assim estaremos de acordo com o ideal de harmonia do grande Pitágoras e certamente de nosso Pai Criador.


Maria Nilceia

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Coroa da Vida


Bem aventurado o homem que suporta com paciência a provação! Porque, uma vez provado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam. Novo Testamento - Epístola de Tiago, 1: 12

Duas jovens amigas vão ter com o dirigente espírita. Sofrem as mesmas provações. Os namoros não dão certo, as famílias são complicadas, elas nervosas, ansiosas e revoltadas.

O dirigente aconselha: fé, aceitação, paciência, muita oração, estudo, frequência ao centro para receber passes, trabalho voluntário. Essa é a solução.

Uma delas, mais persistente, resolve colocar os conselhos em prática. Adquire livros, começa a orar, torna-se assídua no centro, nas horas de folga faz tricô e doa as peças.

A outra toma outro rumo: deixa a revolta acentuar-se e desliga-se das práticas saudáveis.

Coincidentemente, surgem dois rapazes e o namoro das duas vai para frente. Realiza-se o matrimônio. O casamento das duas, todavia, começa a sofrer a interferência dos modos de ser diferentes dos maridos. Um deles desatento para as necessidades da esposa. O outro ligado ao álcool.

Aquela que já adotava há tempos as atitudes saudáveis prosseguiu fervorosa em sua fé. Mesmo sofrendo, orava, confiava e aguardava a ação do tempo.

A outra, alimentando revolta maior ainda, desesperou-se ante as dívidas do marido, ante os filhos teimosos e tantas outras necessidades insatisfeitas. Num momento de descontrole, acaba por suicidar-se. Integra-se a um futuro triste no mundo espiritual.

A jovem fervorosa chega aos quarenta anos. Percebe que a situação vai melhorando. O marido mais atento, os filhos bem encaminhados, situação financeira estável, dando até para algumas viagens de lazer. Vivem agora em harmonia e alegria.

Certo dia, reencontra o dirigente que a havia aconselhado no passado e ele pergunta: como está sua vida, filha?

Ela abre um largo sorriso e responde: estou feliz, na família certa, no lugar certo!

Conclusões quanto ao sofrimento:

Ele traz maturidade àquele que enfrenta as dificuldades do caminho. Aplicando na vida os fatores coragem, determinação e otimismo, o ser humano acaba por entender que Deus ajuda na medida em que se confia Nele.

... É agente de fixação, expondo-nos a verdadeira fisionomia moral. É valioso curso de aprimoramento para todos os aprendizes da escola humana. Equipe da Federação Espírita Brasileira

Maria Nilceia

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Reuniões de Desobsessão – Apontamentos Necessários

As reuniões de desobsessão são de extrema importância nos centros espíritas da Terra, pois o mal ainda existe nestas paragens; todavia, para que sejam reuniões que realmente ajudem, facilitando a tarefa dos dialogadores, médiuns de passividade e de sustentação, é necessária a assimilação de alguns princípios fundamentais, os quais tornarão as reuniões proveitosas. Atentemos para alguns fatos.

Reuniões muito demoradas cansam os participantes.

Se houver expositor do Evangelho para falar no início, que a exposição não seja prolongada e que seja feita em voz respeitosa para sensibilizar os irmãos necessitados, que estão presentes para receber orientação. Caso haja um período para estudo antes do início das manifestações, este não deve se estender muito.

Os dialogadores, diante do escoar acentuado do tempo, estarão com poucas condições de prosseguirem em seu trabalho de orientação aos necessitados. Não haverá mais a necessária sintonia para que cheguem as intuições.

Os médiuns de sustentação, ao fim de horas e horas de vibração de energias positivas, não as terão mais. Sentir-se-ão esgotados.

Os médiuns de passividade que não se controlam e permitem a manifestação de espíritos antes que outro espírito termine de ser orientado, prejudicam enormemente a reunião. É preciso conversar com eles para que tenham o domínio de si mesmos e dos espíritos. O dialogador não pode se ver ante essa situação difícil. Com certeza, não estará sendo indelicado se solicitar ao espírito comunicante e ao médium, que esperem a sua vez de falar. Para evitar esse contratempo, o médium deve ter as “rédeas em seu poder”. Que consiga também esperar.

Os responsáveis pelo bom andamento das reuniões precisam se munir de coragem para colocar a ordem necessária nas reuniões. Lembremos que espíritos maldosos, zombeteiros, vingativos fazem de tudo para atrapalhar. Se as reuniões estiverem bem estruturadas e os médiuns forem devidamente preparados, os mentores terão condições de manter a proteção.

Caberiam ainda muitos outros apontamentos referentes às reuniões de desobsessão e por isso sugiro o estudo de O Livro dos Médiuns. Todo aquele que deseja ser elemento de proveito, não pode se negar a estudá-lo.

Findando, aqui vai um ensinamento essencial: Para que uma comunicação seja boa é necessário que provenha de um Espírito bom. Para que esse Espírito bom POSSA transmiti-la precisa dispor de um bom instrumento. Para que ele QUEIRA transmiti-la, é necessário que o objetivo lhe convenha. Cap. 16 - 186 – O Livro dos Médiuns

Maria Nilceia

domingo, 7 de agosto de 2016

Plantando e Esperando


Escrevi o artigo abaixo em resposta a uma querida amiga de internet que se encontra desanimada com a baixa frequência nos cursos do centro espírita que participa como elemento ativo.

Faça pelo Espiritismo o que for viável. Não se trata de tarefa áspera, dificultosa; ao contrário, promove intensa satisfação onde a realização se torna como o sol da manhã, que a todos aquece e encanta, mostrando o esplendor da vida.

Trabalhar pelo Espiritismo não é insistir demasiadamente em conselhos, em conversas insistentes, não é desejar converter o próximo com sábias palavras e nem discorrer sobre temas que muitas vezes não estão a interessar pessoas que talvez não entendam seus significados.

Trabalhar pelo Espiritismo é prestar atenção nas dores daqueles que procuram soluções ante o emaranhado de dissabores pelos quais passam. Tantos são os que adentram as portas dos centros espíritas envergados emocionalmente por dilemas familiares, por sensações negativas que não conseguem vencer.

Ouvi-los é algo que requer amor estruturado na paciência. Encaminhá-los ao passe é necessário, levar seus nomes nas reuniões de desobsessão é preciso.

Paulatinamente conseguir-se-á introduzi-los no estudo e no trabalho voluntário.

Muitos gostam de ler em seus lares, na quietude que se faz quando os demais adormecem. Que lhes sejam dados os incentivos que desejam. Que não se vejam pressionados a já de início frequentarem cursos, quando muitas vezes não possuem condições de fazê-los.

Quando esses irmãos encontram o apoio emocional que buscam, quando sentem que o amor vibra nas almas que os acolhem, aí as afinidades irão crescendo sempre mais. Entenderão que é preciso crescer no saber para que as soluções tornem-se constantes e aprendam a decidir por si mesmos. Passarão a sentir vontade de estudar em grupos, onde os orientadores lhes darão conhecimentos mais profundos.

Atentemos para as palavras de Allan  Kardec, no livro Viagem Espírita em 1862: Não basta ter um bom instrumento, é necessário dispor de um bom músico para dele tirar bons sons e, ainda mais, é preciso que o executante disponha de uma audiência capaz de compreendê-lo e de apreciá-lo.

Conclusão: paciência e persistência para que as sementes germinem no seu devido tempo.

Maria Nilceia


terça-feira, 28 de junho de 2016

Sem Extremismo


... e tudo o que faz grandes os corações, fortes as sociedades, a dedicação, a virtude, a paixão do bem, não podem apreciar-se pelos sentidos. Léon Denis. Depois da Morte

São bastante apropriadas para a atualidade tais palavras grafadas há tanto tempo. Tudo de bom que desejamos nos variados aspectos das sociedades vigentes não são fatos vistos com os olhos físicos, não são palavras carregadas de azedume e frieza, retratando irritação e autoridade. Não, não é nada disso.

O que aspiramos é que no dia a dia das pessoas os fatos sejam sentidos com os olhos do espírito. Estes fazem surgir a bondade verdadeira.

Muitos se preocupam demais com conceitos e se esquecem que mais que isso, vale ter um coração acessível, alimentado pela docilidade que alimenta a verdadeira fraternidade. Nos diversos meios a afabilidade, as boas maneiras vão ficando de lado. Os ambientes passam a ser campos minados, onde as bombas se tornam fáceis de explodir.

Nada além do amor fará essa situação mudar. Já vi pessoas adoráveis deixarem-se contaminar pelo extremismo. De repente começam a enrijecer-se espiritualmente. Sombras iniciam o ataque.

É necessário cuidado, pois todo esforço para que se consiga um mundo melhor vai ruindo. Tudo pode ficar reduzido a um monte de cinzas, monte esse que já foi uma gota luminosa de amor.

Não permitir que os corações se enregelem, é tarefa a ser empreendida diariamente. Sejamos bons, educados, e nossos objetivos estarão bem defendidos, pois o exemplo é a linguagem mais poderosa no lar, no trabalho, no templo e onde quer que estejamos.

Que o amor do Mestre possa aquecer a todos os que desejam viver a paciência e a gentileza.

Maria Nilceia 

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Ao Médium Escrevente


Médium escrevente, a você dedico este artigo.
Um dos fatos mais constrangedores que ocorre em relação às suas psicografias é, com certeza, saber que as mensagens que você recebe oriundas do plano espiritual, nem sempre obtém o crédito de seus confrades de perto.
De repente, você percebe que aqueles que mais lhe dão crédito são os confrades de longe.
Lembro-me da vez que recebi uma mensagem do Dr. Bezerra de Menezes, mensagem curta, mas muito delicada e singela, endereçada aos confrades do centro que frequento, convidando os irmãos à boa convivência e à fraternidade. Durante o recebimento da mensagem, eu vi o Dr. Bezerra próximo a mim, transmitindo-me suas palavras. A visão dele causou-me bem estar imenso. Ele emitia energias de incrível paz. Publiquei a mensagem em nosso jornal espírita. Não se passaram muitos dias e chegou aos meus ouvidos o comentário que um confrade fez:

-Imagine que a mensagem é do Dr. Bezerra... Se fosse, o texto seria longo. As palavras são muito simples para serem dele.

Fatos deste tipo e outros piores ocorrem em relação ao médium escrevente. Se o médium tiver tenacidade e for capaz de não se abalar, com certeza prosseguirá em seu labor, permitindo que os espíritos escrevam através dele.
O médium não pode desanimar ante as investidas negativas que sofre. Muitas vezes, tais investidas nascem no plano espiritual contrário ao bem. Espíritos mal intencionados, aproximando-se de pessoas, de certa maneira vulneráveis à sua influência perniciosa, incitam comentários e iniciativas infelizes, justamente para impedir que ele prossiga seu trabalho.
Aconselhamos o obreiro a ter determinados objetivos em sua vida, que o tornarão sempre mais produtivo e determinado. Objetivos sadios são os de aprimorar as atitudes do dia a dia, além da dedicação constante ao estudo; que se aprofunde o estudioso nas obras de Kardec e André Luiz (verdadeiros alicerces para que se tenha consciência da importância do trabalho a desempenhar).
Se o médium não se dedicar a aprender sempre mais, pouco ou nada de bom produzirá. E então, nem os de longe darão crédito às comunicações que ele recebe, já que o conteúdo das mensagens deixará à mostra aspectos que provocarão dúvidas cabíveis.
Que não se dê asas ao melindre. Melindre é prova de orgulho ferido. Se Jesus tivesse dado asas ao melindre, nada de bom teria nos deixado, pois foi alvo de injustas perseguições. Ele não se acovardou, seguiu em frente até que se cumprisse sua missão.
Médium não tem que querer aplausos nem reconhecimento, tem que ser desprendido de qualquer sentimento de vaidade, sob pena de ficar influenciado pelas ideias ardilosas dos obsessores.
Médium tem que ter segurança, iniciativa, não fugindo da tarefa de divulgar suas psicografias.
E assim, diante das dúvidas de tantos, prossegue ele escrevendo e servindo, sabendo que nos corações de muitos, a semente estará lançada.
Nada como um sono tranquilo, sabendo-se que foi feito o que se tinha a fazer.

Maria Nilceia

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Quase Poema


Um sonetaço aqui eu tento
Escrever à moda antiga,
Para saudar querida amiga,
Por mim lembrada a todo momento...

Juriti - numa cantiga –
Abraços vão pelo vento!...
Ignorando erguer monumento
Para você meu metro siga!...

Deambulo – viúvo – no meu trilho,
Saudoso de “Neli”, “Celso” e “Silvana”,
Poeta durante toda semana...

Adoro ler os livros velhos
E prossigo nos evangelhos
“Maria Nilceia de Vergilio”

Celso Martins
Escritor, poeta, jornalista, professor, divulgador do Espiritismo e do Esperanto. Todos os cem livros dele são para o Lar do Fogo Selvagem.

Caso deseje adquirir o livro Três Espíritas Baianos, entre no seguinte site:

Para ver todos os livros do Celso acesse o Google - livros de Celso Martins. Cada imagem das capas dos livros conduzirá ao site distribuidor.

Uma dica mais que boa para você. Leia a entrevista de Celso Martins sobre a espiritualidade dos animais:


quinta-feira, 17 de março de 2016

Pureza Doutrinária no Espiritismo - Um Alerta


Entendo por pureza doutrinária o fato de praticarmos somente o que aprendemos na doutrina espírita. Muito importante, se somos espíritas, seguir aquilo que abraçamos. Isso não implica em alimentar preconceito e atitudes insensatas. Vejamos um exemplo. Toca o telefone da Sra. Aparecida, palestrante espírita. Eis o diálogo que se estabelece:

-Alô...
-Bom dia... Gostaria de falar com a Sra. Aparecida.
-Sou eu mesma. Do que se trata?
-Que bom tê-la encontrado, Sra. Aparecida! Será que a senhora tem um dia disponível para fazer uma palestra no Centro do qual sou participante? Gostaríamos que a senhora discorresse sobre um capítulo do Livro dos Espíritos.
-Depende, minha filha, depende... qual é o Centro?
-Trata-se do Centro de Umbanda Pai Jacó.
-Filha, sinto muito, eu só falo em Centros Espíritas seguidores dos ensinos de Allan Kardec. Centro de Umbanda não é minha praia.
-Bem, então... mesmo assim, muito obrigada pela atenção.

O diálogo termina por aí. Aparecida é ferrenha defensora da pureza doutrinária dentro do Espiritismo. E pensar que a presidente do Centro de Umbanda Pai Jacó estava tentando estimular os frequentadores do Centro a se entrosarem com o Livro dos Espíritos... Que chance maravilhosa Aparecida perdeu!

Em Espiritismo, a expressão pureza doutrinária, vem tomando vulto de forma a provocar preconceito e falta de solidariedade. Mentes vêm se cristalizando e sem que percebam estão a fugir dos intentos de Allan Kardec. Posições exclusivistas prejudicam os objetivos mais puros do Espiritismo, representados pelo amor sem precedentes aos que são e aos que não são espíritas, compreendendo-os e ajudando-os.

Num livro psicografado por mim, Reforma Íntima, (http://mnilceialivros.blogspot.com.br/2015/09/reforma-intima.html) cujo autor é o espírito Dr. Flávio Pinheiro, ele narra que no plano espiritual levou um grupo de jovens a assistir uma missa, estimulando-os a viver a fraternidade em relação a outros credos. A recordação deste fato relatado no livro me fez lembrar de outro, vivido aqui no Plano Físico mesmo, o qual narro prazerosamente: um simpático padre da cidade em que moro, há vários anos, resolveu procurar integrantes das várias religiões. Como espírita que sou, fui solicitada a recebê-lo em minha residência juntamente com a equipe de evangelizadoras da paróquia. Foi um encontro bastante positivo. Trocamos ideias e explicações. Fico hoje a questionar-me: será que os católicos estão evoluindo mais rapidamente que os espíritas? Devemos refletir sobre posicionamentos antagônicos e radicais que vêm sendo adotados por alguns espíritas. Não é isso que Kardec deseja, não é isso que ele ensinou.

No livro Os Dragões, de Maria Modesto Cravo, tendo como médium Wanderley Oliveira, página 122, lemos palavras que devem ser por nós assimiladas: “Os próprios espíritas se agredirão para defender uma linha filosófica de pensamentos. Tomarão o texto de Kardec como uma nova bíblia, como se ali a doutrina estivesse pronta e acabada, quando o próprio codificador deixou seus apontamentos como o marco inicial de uma interminável investigação em assuntos da alma.”

Urge analisar e colocar amor e caridade nos corações. Boas palavras cabem em qualquer lugar, numa tribuna espírita ou fora dela.
E aqui vai o vermelho para o fanatismo e para o preconceito.

Maria Nilceia


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Papa-passe: Expressão Inconveniente


O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem possível, que desejaríamos que nos fosse feito. Tal é o sentido das palavras de Jesus: “Amai-vos uns aos outros, como irmãos”. O Livro dos Espíritos – 886

Eu evito impingir a alguém a expressão “papa-passe”.
Prega-se a necessidade de estudar Espiritismo e realizar trabalho voluntário. Com isso eu concordo plenamente. Diz-se que a pessoa não pode ficar dependente do passe e precisa modificar-se para melhor, no que concordo também.
São reais, todavia, aspectos outros que merecem atenção. Certamente existem os que vão semanalmente receber o passe, levando as garrafinhas com água para depois tomar em seus lares, dividindo-a com seus familiares. A fé é para eles o arrimo a fim de que não sucumbam ante as provações que enfrentam. Alguns quase não sabem ler. Não adianta cobrar estudo deles, a realidade de tais irmãos pede compaixão.
Já presenciei, por exemplo, uma anciã com dificuldades para andar, que ia semanalmente receber o passe. Uma vizinha a levava. Ouvia atentamente as preleções, recebia os passes fervorosamente e dizia que se sentia imensamente feliz em estar no Centro Espírita.
Como tachar essa senhora de papa-passe?
Outras vezes, era um alcoólatra tentando deixar o vício. Para se fortalecer, buscava com frequência o passe. Deixava o trabalho na oficina para comparecer ao centro.
Tanto a anciã como o senhor alcoólatra buscaram o centro anos a fio. Dá para contar nos dedos as vezes que não compareceram.
Pessoas que passam por crises financeiras motivadas por perda de emprego buscam com afinco o recurso do passe. A lista dos necessitados é grande e variados são os motivos.
Vários são vistos chorando copiosamente durante a irradiação de energias.
Tenho a convicção de que não devo jamais usar a expressão papa-passe. Meu coração não permite.
É certo que cada qual percorre seu caminho evolutivo da maneira que lhe é peculiar. Uns são lentos, outro despertam mais rapidamente.
Usar o sentimento, aparato emocional de imenso valor, isso sim agrada ao Senhor.
Caridade é também compreender a realidade do outro.

Maria Nilceia



domingo, 21 de fevereiro de 2016

Numa Tempestade de Areia


Imensa tempestade de areia acontece numa área do deserto africano. Uma família permanece no meio dela: pai, mãe, uma filha adolescente e um filho de nove anos. No fim da tempestade, a jovem, portadora de problemas graves de saúde não resiste e morre. Os familiares, com seus corações condoídos abraçam-na e choram... Difícil acreditar e aceitar que perderam a filha amada.

No mesmo local, a cena na dimensão espiritual é outra. A menina se levanta. Olha em sua volta para ver se encontra a família. Não compreende o que está a ocorrer. Vê pessoas se aproximando montadas em camelos. Ela pensa: vou pedir ajuda às pessoas dessa caravana. Um homem de face iluminada desce e se dirige a ela:

-Vem filha, não se assuste. Vem fazer parte de minha caravana. As pessoas que vê são boas e também tiveram que deixar seus familiares, assim como você. Sua habitação agora será em outro local. Trata-se de uma linda colônia com ar puro e muitas flores. Você gostará.

A jovem, fitando aquela bela e cativante face portadora de solidariedade, cria coragem e diz:

-Penso que és Jesus.

Ao que ele responde:

-Você acertou. Sou Jesus e arrebanho minhas ovelhas para que nenhuma permaneça perdida.

Com os olhos marejados ela roga:

-Cuida também de meu pai, mãe e irmão.

-Assim farei. Eles ficarão bem. Acalme seu coração.

Juntos partiram.

Reflexão: A bondade, quando existe no ser humano, promove a proteção tão necessária. Na verdade, todos devemos nos preparar para merecê-la.
Paz a todos!

Obreiros do Bem
Maria Nilceia
Relato recebido via mediúnica na manhã de 19-02-2016
Imagem: Banco Google


sábado, 30 de janeiro de 2016

São Benedito no Espiritismo



Mensagem de São Benedito - O Livro dos Médiuns – Cap. 31, Segunda Parte:
Vossa Doutrina é bela e santa; a primeira estaca está plantada, e solidamente plantada. Agora não tendes mais do que caminhar; a senda que vos está aberta é grande e majestosa. Feliz é aquele que chegar ao porto, quanto mais prosélitos terá feito, mais lhe será contado. Mas, para isso, não deveis abraçar a Doutrina friamente; é preciso fazê-lo com ardor, e esse ardor será dobrado, porque Deus está sempre convosco quando fazeis o bem.  Todos aqueles que conduzirdes serão outro tanto de ovelhas que voltaram ao redil; pobres ovelhas meio extraviadas! Crede bem que o mais cético, o mais ateu, o mais incrédulo, enfim, tem sempre um pequeno canto no coração, que gostaria de poder ocultar de si mesmo. Pois bem! É esse pequeno canto que é preciso procurar, que é preciso encontrar; é esse lado vulnerável que é preciso atacar; é uma pequena brecha deixada aberta de propósito por Deus para facilitar à sua criatura o meio de reentrar em seu seio. São Benedito

Esclarecedoras são essas palavras de um santo da Igreja Católica, que se apresenta e transmite singelos ensinamentos. Sem preconceito, ele surge e brilha como um raio de Sol ante as mentes sensíveis que possuem a grata oportunidade de captar a importância de suas palavras.
Um conselho de São Benedito cala fundo: “não deveis abraçar a Doutrina friamente.” Quem é “espírita de coração” entende o significado de tais palavras, pois sente nas fibras de seu ser o júbilo de saber compartilhar os tesouros do sentimento. Isso significa que já conseguiram alijar para bem longe o ciúme, o orgulho, a necessidade de terem o dedo apontado para o próximo. Aceitam tudo o que vem do BEM, sem aquele olhar de desprezo, típico de quem ainda carrega preconceitos. Contentam-se em permanecer no fim da fila, ofertando os ombros àqueles que chegam aos Centros Espíritas portando intensa amargura. Formam-se entre tais adeptos, os reflexos da luz de Jesus que conclama a todos a se unirem.
Bendito São Benedito! E quanto ao vosso conselho para procurarmos a brecha no coração daquele que se desviou do caminho, sondar o que a pessoa deseja ocultar de si mesma! Aproveitar seu lado vulnerável, para incentivá-la ao autoperdão e olhar para frente, planejando para si um futuro de fé, de esperança e de alegrias!
Temos que nos lembrar sempre da magnanimidade de vossas recomendações.
Nossa gratidão!

Maria Nilceia

Um pouco de São Benedito: Aos 18 anos de idade, já havia decidido consagrar-se ao serviço de Deus, e, aos 21, um monge dos irmãos eremitas de São Francisco de Assis chamou-o para viver entre eles. Benedito aceitou. Fez votos de pobreza, obediência e castidade. Caminhava descalço pelas ruas e dormia no chão sem cobertas. Era muito procurado pelo povo, que desejava ouvir seus conselhos e pedir-lhe orações.
Depois de 17 anos entre os eremitas, foi designado para ser cozinheiro no Convento dos Capuchinhos.
Sempre preocupado com os mais pobres do que ele, retirava alguns mantimentos do Convento, escondia-os dentro de suas roupas e os levava para os famintos que enchiam as ruelas das cidades. Conta a tradição que, em uma dessas saídas, o novo Superior do Convento o surpreendeu e perguntou: "Que escondes aí, embaixo de teu manto, irmão Benedito?" E o santo, humildemente, respondeu: "Rosas, meu senhor!", e, abrindo o manto, de fato apareceram rosas de grande beleza e não os alimentos de que suspeitava o Superior.
São Benedito morreu aos 65 anos, no dia 4 de abril de 1589, em Palermo, na Itália. Ainda hoje seu corpo continua conservado e exposto em Urna Mortuária para visitação pública numa Capela lateral da Igreja de Santa Maria, em Palermo, Itália.



quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Professor Fragoso


Fragoso estava próximo de reencarnar. Delineou um caminho a seguir na Terra, no qual se esforçaria para ser professor. Fez planos para o futuro; contudo, seus orientadores do Plano Espiritual opinaram:

-Melhor você batalhar para ser agrônomo.

Assim o aconselharam baseados no fato de que Fragoso, em sua última encarnação, havia sido um agricultor apenas com conhecimento popular sobre plantas. Agora poderia se especializar. Todas as condições para isso lhe seriam dadas.

Ao se despedir de seus conselheiros, deles ouviu:

-Fragoso, esforce-se para usar bem seu livre-arbítrio...

-Assim farei!!

Fragoso optou por ser professor. Encontramo-lo, pois, na nova vida, como professor desestruturado e infeliz.

Após longa vida como encarnado, ao retornar à Pátria Espiritual, sentindo-se insatisfeito e consultando os arquivos de seu passado, viu que os conselhos que havia recebido foram no sentido de ser agrônomo. Desconsolado, ao fazer séria reflexão, disse para si mesmo:

-Na próxima, desejarei ser agrônomo!


Reflexão: Antes de optar por uma profissão, ore, rogue que Deus lhe conduza os passos, tome conhecimento de quais profissões existem. Lembre-se de que você está inserido numa rota evolutiva individual e coletiva. Peça ao Pai o melhor para você. E lembre-se: para vencer é preciso dedicação e trabalho.

Pelo Espírito: Pena Branca

Psicografia: Maria Nilceia