quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Para Você, Médium


Não conte com a gratidão daqueles que você auxilia.
O trabalhador amoroso e experiente não se apoquenta e nem abandona seu posto. Afinal, sabe quantos momentos de sua vida foram dedicados à Causa do Bem. Sabe o quanto planejou o trabalho fraterno aos necessitados, junto aos obreiros do Plano Espiritual.
Então, permaneça atuante e prossiga em sua simplicidade no trabalho abençoado que realiza sob a orientação dos protetores espirituais. Deixe que o tempo e as lições proporcionem o aprendizado necessário a cada um.
Se desistir de seu trabalho, o edifício ruirá, pois, o trabalho gerado inicialmente na espiritualidade, agiganta-se no amor e na caridade, transformando-se em doce licor, com a sua ajuda.
Prossiga na paz que o Senhor lhe fornece e sinta-se abençoado.
Aqueles que em você buscam conforto encontram-no em abundância.
Aliviar o sofrimento é obra que se faz com dedicação e para isso você está preparado.

Um Protetor
Psicografia: Maria Nilceia

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Desejo Tratar-me no Centro Espírita


Assim uma jovem se manifestou num Centro Espírita:

-Ouço pancadas em minha escrivaninha todas as noites, sinto muito medo de entrar em minha salinha de estudos, principalmente a noite. Quando tento ler livros que contenham algo sobre espíritos, tomo-me de pavor. Parece que sempre existe alguém perto de mim que não me deixa viver como gostaria. Isso não é de agora. Tenho a sensação de não ser dona de minha vida. O médico prescreveu-me remédios fortes, mas não estão adiantando. Existe algo, um ser, perto de mim, que não deseja me abandonar. Por favor, desejo saber a verdade, pois estou cansada de ser enganada. O sacerdote diz que não existe nenhum espírito perto de mim. Meus familiares, todos católicos, dizem a mesma coisa. Desejo saber o que se passa comigo de acordo com o Espiritismo, desejo me tratar e acho que somente no Centro Espírita conseguirei me livrar dessa companhia espiritual que me faz sofrer. Será que estou sendo vítima de espírito obsessor?

Sim, tudo leva a crer que essa jovem está sendo vítima de espírito obsessor. Vejamos o que nos traz O Livro dos Médiuns, cap. XXIII, par. 237:

“No número das dificuldades que a prática do Espiritismo apresenta é necessário colocar a da obsessão em primeira linha. Trata-se do domínio que alguns Espíritos podem adquirir sobre certas pessoas. São sempre os Espíritos inferiores que procuram dominar, pois os bons não exercem nenhum constrangimento. Os bons aconselham, combatem a influência dos maus, e se não os escutam preferem retirar-se. Os maus, pelo contrário, agarram-se aos que conseguem prender. Se chegarem a dominar alguém, identifica-se com o Espírito da vítima e a conduzem como se faz com uma criança.”

Existem diferentes graus de obsessão, sendo alguns bastante intensos. Todos eles estão bem explicados em O Livro dos Médiuns, no capítulo citado acima.
Os efeitos que os obsessores promovem na vida das pessoas são inconvenientes e abusivos. Existem, no entanto, meios para combatê-los.
O primeiro meio é ter paciência, sabendo que Deus é pai e cuida do filhos.
Aliado a isso é necessário nos momentos de preces rogar o perdão sincero. O obsessor pode ter sido prejudicado em passado reencarnatório, por aquele que está sendo perseguido.
Todo aquele que se reconhece vítima de obsessor dever aderir as seguintes práticas:
-solicitar a ajuda do responsável pelo Atendimento Fraterno, para que ele providencie a evocação do obsessor nas reuniões de desobsessão;
-recebimento semanal de passes, pois estes beneficiam através das irradiações que proporcionam;
-tomar água fluidificada, fonte de energias reconfortantes, bem como tratar-se com florais;
-primar pelo estudo de livros espíritas e se possível, participar de um curso no Centro Espírita;
-frequentar palestras;
-realizar trabalho voluntário;
-e principalmente, aprimorar atitudes, alimentando-as com o ingrediente amor.

Com este pequeno artigo, nosso objetivo foi o de esclarecer deixando dicas objetivas e eficientes.
Quem acha que está sofrendo algum tipo de obsessão, pratique nossas sugestões, sem desanimar. Com o tempo as melhoras virão e a libertação se fará.

Maria Nilceia



segunda-feira, 21 de julho de 2014

Como o Médium Pode Livrar-se da Mistificação


Um dos grandes medos do médium é ser vítima da mistificação, ou seja ser iludido por espíritos que abusam de sua credulidade, ficando por isso sujeito a situações ridículas.

Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, nos dá a solução, o meio para que nos livremos dos mistificadores:
Sim, certamente, há para isso um meio simples, que é o de não pedir ao Espiritismo senão aquilo que pode vos dar; seu objetivo é o melhoramento moral da Humanidade; enquanto não vos afastardes disso, jamais sereis enganados, porque não há duas maneiras de se compreender a verdadeira moral, a que todo homem de bom senso pode admitir.
Mais adiante, esclarece:
Se não lhes pedisse nada de fútil ou que esteja fora das suas atribuições, não se daria nenhuma presa aos Espíritos enganadores; de onde deveis concluir que aquele que é mistificado, não tem senão o que merece.

Sensatas palavras que nos remetem a sérias reflexões.
Não é novidade que confrades há a julgarem que os espíritos tudo sabem e tudo podem responder. Muitos lhes dirigem perguntas inconsequentes, outros desejam saber se isso ou aquilo vai dar certo. É por esse caminho que segue a falta de equilíbrio, de autocontrole e de bom senso.
No Livro dos Médiuns a objetividade é absoluta quando enfatiza que a meta do Espiritismo é o melhoramento moral dos ser humano.

Então, que se veja a mediunidade como meio para o aprimoramento do médium e um aparato importante para a prática da caridade. O médium, ao permitir que os espíritos necessitados se comuniquem através dele, está garantindo o alívio daqueles que precisam de encaminhamento e de consolação. Manifestar-se na reunião mediúnica, é para os sofredores como encontrar água no deserto, é conseguir o alicerce para entrosar-se com Espíritos do Bem, com os quais deverá identificar-se, para o aflorar do aprendizado libertador.

Através do médium, o desencarnado se renova com as energias recebidas e passa a desejar sua própria melhoria e evolução.

Quanto ao desejo movido pela “curiosidade” de interrogar os espíritos, que os confrades confiem em Deus e aceitem os fatos como vierem, sabendo que o melhor meio de combater efeitos negativos na vida de cada um, é manter a fé, orar e propor-se a aprimorar atitudes. Todo aquele que confia plenamente no Pai, é digno de ser chamado Filho de Deus. Através dessa divina filiação, sustentada pela perseverança em cultivar atitudes positivas, os benefícios virão na medida das necessidades de cada um.

Maria Nilceia

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Música Terezinha de Jesus Na Reunião Mediúnica


A reunião mediúnica prosseguia naquele sábado ensolarado. Era a reunião de auxílio e proteção aos médiuns e demais trabalhadores do Centro Espírita, Casa da Sopa e Berçário.
Em dado momento, uma das médiuns começa a sentir a presença de um benfeitor espiritual, que lhe pede em pensamento: cante a música Terezinha de Jesus.

Ela sabia a música, mas a princípio relutou em cantar. O que pensariam os demais componentes da mesa?
Diante da insistência do benfeitor ela acabou cantando e o fez com amor. Evidentemente todos estranharam o fato. Numa reunião mediúnica, porque cantar uma música infantil que nada tem a ver com espiritismo? Algum motivo havia de ter.

Posteriormente veio o esclarecimento por parte do benfeitor: havia um irmão desencarnado que necessitava de auxílio. Seu coração enrijecido com nada se comovia. Sua mãe, também desencarnada, há tempos esperava sua renovação; há muito vinha orando por ele. No passado, ela cantava essa música para o filhinho dormir. Ele gostava da canção e sempre cantava também, com alegria no coração. Agora, desencarnado e desvirtuado, precisava ser sacudido em seus sentimentos. Ao som da canção na reunião mediúnica, sua mãezinha mostrou-se a ele. Emocionado, como nos tempos de menino, entregou-se a sua mãe e com essa entrega ele deixou para trás tudo de ruim que havia permitido impregnar-lhe a alma de adulto.

Existem ocasiões em que somente os Espíritos sabem porque pedem determinados favores aos médiuns. A mediunidade bem vivida fornece ao médium a sabedoria para discernir se deve aceitar ou não.
Em relação à equipe encarnada, quando surgem fatos duvidosos, conversar sem preconceito, colocando em prática a compreensão, gera benefícios incalculáveis aos dois planos de vida.
Deus nos abençoe!

Maria Nilceia

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Aos Preletores e Escritores


Livros nas distribuidoras repletos de ensinamentos louváveis. Preços acessíveis.
Palestras dignas de aplausos.

E nós, vamos a fundo nos conteúdos dos livros e das palestras. Através das palavras obtidas, conectamo-nos aos autores dos belos ensinos. Observamos suas rotinas, com seus procedimentos no lar, no trabalho, nos templos.
Os princípios propalados não se aplicam a uma parte deles, infelizmente.

Quando dizem:
-amem a todos, incondicionalmente, vemos que não sabem o significado de tão nobre qualidade;
-dividamos oportunidades; são, no entanto, egoístas;
-não podemos sentir ciúmes; expressam, todavia, ciúmes em seus procedimentos;
-não critiquemos e tenhamos compaixão; o que mais fazem, contudo, é criticar e expor o próximo ao julgamento alheio;
-no lar e no trabalho, o nervosismo se expressa como linguagem habitual.

Irmãos em Deus, se são chamados a falar, ou a escrever, vejam essa tarefa como o degrau para exemplificar e evoluir.
O que é feito na falta de amor, cordialidade e respeito, só encontrará eco nos corações afins, detentores das mesmas atitudes.

O verbo manso promove a união.
O verbo ácido desanima quem deles toma conhecimento.
O amor dulcifica o sentimento, chamando a pessoa a amar.

O grande Chico nos ensinou: O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.

Um Espírito do Bem
Psicodigitação: Maria Nilceia
07/07/2014

Espiritismo - Rio Caudaloso


Quando de nossa primeira viagem a Lyon, em 1860, existiam ali, por alto, algumas centenas de adeptos. No ano seguinte alcançavam a casa de cinco ou seis mil. Este ano o cálculo tornou-se impossível.
Palavras de Allan Kardec contidas no livro Viagem Espírita em 1862, de Allan Kardec, Casa Editora O Clarim, pág. 26.

O que ocorreu em Lyon, na época de Kardec, é o que vem ocorrendo a nível mundial. O Espiritismo vem se propagando, desde aqueles tempos, a olhos vistos. É como um rio caudaloso que chega ao grande mar. Os adeptos se emocionam, sentem-se consolados e ligados as verdades as quais antes não tinham conhecimento. São verdades que satisfazem seus corações necessitados de esclarecimentos.

Hoje, o ser humano, não se contenta mais em saber que o sofrimento existe e que é preciso aceitá-lo. Ele quer saber porque existe o sofrimento, muitas vezes promovendo fatos que pesam tanto no emocional. Deseja saber as razões maiores da Mãe Vida, que nos trazem tantas ocorrências desfavoráveis. Aspira saber como vencer a dor moral e física.

É da sua vontade se inteirar sobre fatos que lhe mostram os motivos de instantaneamente, ao contatar as pessoas, umas despertam simpatia e outras antipatia, mesmo que não tenha conhecimento sobre a vida de cada uma. Sua curiosidade em saber de onde veio e para onde vai após a morte do corpo físico, move-o a estudar o Espiritismo. O homem chegou num estágio evolutivo em que não acredita mais em penas eternas. Saber como é o Mundo Espiritual, saber porque está neste mundo, porque uns conseguem prosperar e outros não, porque uns nascem sadios e outros doentes, porque uns possuem motivos para serem tristes e outros felizes, são questionamentos que o conduzem à busca de verdades esclarecedoras. Saber como funciona a justiça divina torna-se uma aspiração louvável.

Por que essa sede de saber? Evidentemente para estruturar sua fé, sabendo que não está jogado neste mundo onde aparentemente existem injustiças.
Quando o aprendiz passa a entender o Espiritismo, seu coração preenche-se de satisfação. Começa a vislumbrar a grandiosidade de Deus. A partir daí entende como foi prematura a ideia errônea que fez do Espiritismo. Percebe que os ataques promovidos à Doutrina Espírita não tinham razão de ser. Acaba o seu preconceito e sente-se venturoso. 

As mensagens mediúnicas tornam-se fundamentais para ele, pois lhe fornecem preciosas informações.
Fica feliz ao constatar que existem cidades espirituais formosas e deseja no futuro ser merecedor de estar numa delas.
Desfaz-se totalmente das ideias errôneas de antigamente. Dá adeus à antiga crença em dogmas criados por homens e não por Deus. Convence-se que as bases nas quais pautava sua vida não mostram a justiça e a sabedoria do Pai Criador.

Por tudo isso, o Espiritismo promove a melhoria de quem o estuda. A vida flui mais leve. A Natureza, com os animais e as plantas, passa a ser amada e respeitada. Um sentimento enobrecedor se apossa do ser humano, que começa a se sentir verdadeiro filho de Deus.

As pessoas tornam-se espíritas no momento adequado, quando estão prontas não somente para entender as verdades libertadoras, mas também para fazer algo em prol de um mundo melhor.

Maria Nilceia

A Sensatez de Allan Kardec


Além disto, nesta narrativa, o nosso amor próprio estará, muitas vezes, posto em jogo, e este é um motivo preponderante para um retraimento de nossa parte. É esta ainda a razão que nos impede de publicar os numerosos discursos que nos foram dedicados e que guardamos como preciosas recordações.
Palavras de Allan Kardec contidas no livro “Viagem Espírita em 1862, de Allan Kardec, Casa Editora O Clarim, pág. 25.

Eis aí o comportamento do nobre Mestre Lionês que tanto nos comove e nos chama a imitá-lo.
Sensatez, simplicidade e equilíbrio foi o que ele demonstrou. Sem divulgar os discursos com que foi agraciado, citou-os apenas, agradeceu e guardou-os no coração.

O amor próprio, o excesso de luxo e de falas rebuscadas, quando se apropriam dos espíritas que usam a tribuna, impedem que os confrades mais simples avaliem e apreciem os ensinamentos de pessoas que poderiam estar à frente de multidões carentes e ignorantes, mas desejosas de aprender de acordo com suas possibilidades de entendimento.

Confrades de parcos recursos e de pouca cultura vãos aos centros em expressivo número, em busca de consolo e de encaminhamento. É então que deve entrar em ação a dedicação amorosa de quantos laboram diariamente nos centros espíritas. Antes do passe, as preleções surtem efeitos positivos nos assistentes, quando feitas com simplicidade, de forma atraente, consoladora e instrutiva.

Que se fale aos presentes sobre Jesus, sobre Kardec, sobre Chico, que se lhes mostrem singelos exemplos de caridade, de convivência fraterna, que se dê ênfase à simplicidade em que viveram, sem os aparatos exagerados proporcionados pela evolução tecnológica. Que sejam revelados os modos sinceros, livres de orgulho e prepotência, de radicalismos e altivez, de todos aqueles que levam consigo o tremular da bandeira da paz, onde as expressões são de calma, de bondade e de respeito, qualidades que vêm faltando em muitos credos e no espiritismo também.

Quem não amolda o procedimento à educação e à calma sentida e vivida, com certeza muito terá a perder em seus objetivos. Talvez no início do caminhar tenham deixado entrever tantas maravilhas, permitindo-se posteriormente e infelizmente conduzir pelo desrespeito ao que busca uma situação melhor em seu caminhar, por vezes perdido em dúvidas.

Deus, nosso Pai, ilumine os corações e ajude os confrades vacilantes em seus deveres cristãos, a repensarem em suas atitudes.
Que consigam seguir os exemplos daqueles que partiram e que foram espíritas na caridade e na simplicidade, retratos vivos do amor.
Paz!

Maria Nilceia

Retorno do Mal


Cuidem de ser como a água que dessedenta a sede e como a flor da mais agradável maciez.

Júlio não sabia porque seu problema de saúde não melhorava. A gengiva sangrava constantemente. Várias idas aos médicos... exames... A constância dos sangramentos o incomodava. Acabou por ficar detectada a presença de leucemia. Durante anos, o tratamento... A cura não se concretizou. Em meio ao cansaço emocional ele desencarnou.  

Voltemos ao passado reencarnatório de Júlio.
Na encarnação anterior, ele havia sido tomado pela revolta e pelo ódio, motivado pelo abandono por parte da esposa Rita. Após anos de casamento, onde ele sofreu as consequências do mau gênio dela e das traições, ela o deixou com os filhos e foi viver sua vida de aventuras. Inconformado, ele procurou um terreiro onde se fazia magia. Encomendou um trabalho para acabar com ela.

Rita, desligada dos valores morais e das preces, passando por necessidades, entregou-se à prostituição para ter algum dinheiro. Enfraquecida espiritualmente e fisicamente, tornou-se vulnerável ao trabalho de magia do ex-marido. Enfrentando moléstia incurável, buscou a ajuda de Júlio. Este, satisfeito com a desforra, não a ajudou e a expulsou de sua porta. Rita acabou sofrendo fatal hemorragia. Desencarnou em estado lastimável.

Júlio, ao saber do destino de Rita, disse a um amigo:
-Ela teve o que mereceu.
Mal sabia ele o futuro que o esperava.

Queridos irmãos, pelo cristianismo que pregamos e tentamos viver, coloquemos perdão e bondade em nossos corações. Sem esses dois sentimentos, apenas tristezas nos esperam.
Que os sentimentos não se contaminem, para que os insucessos não os visitem.
Saúdo-os com amor.

Um Preto Velho
Psicodigitação: Maria Nilceia
16-05-2014

Kardec, Exemplo Que Não Devemos Perder de Vista


No livro Viagem Espírita em 1862, de Allan Kardec, Casa Editora O Clarim, páginas 22 e 23, defrontamo-nos com valioso texto de Kardec, sobre sua viagem a diversas localidades:

Várias pessoas, principalmente na província, tinham pensado que o custo destas viagens corria por conta da Sociedade de Paris. Tivemos que explicar esse erro, sempre que se apresentou. Aos que possam ainda pensar assim, lembramos o que foi dito em outra ocasião: a Sociedade se limita a cobrir as despesas correntes e não possui reservas. Para que pudesse constituir um capital, teria que visar o número de adesos: é o que não faz, nem quer fazer, pois seu objetivo não é a especulação, e o número não dá importância aos seus trabalhos. Sua influência é toda moral e o caráter de suas reuniões dá aos estranhos a ideia de uma assembleia grave e séria. Este é o seu mais poderoso meio de propaganda. Assim, não poderia ela prover nenhuma despesa. Os gastos de viagem, como todos os decorrentes das relações que estabelecemos em favor do Espiritismo, são cobertos por nossos recursos pessoais e nossas economias, acrescidos do produto de nossas obras, sem o que ser-nos-ia impossível enfrentar todos os encargos consequentes da obra que empreendemos. Digo isto sem vaidade, mas unicamente em homenagem à verdade e para edificação dos que imaginam que entesouramos dinheiro.

Eis aí a personalidade autêntica de Allan Kardec a dar o exemplo que os espíritas não devem perder de vista. Um dos pilares positivos do Espiritismo é exatamente esse: focar a influência moral que ele exerce sobre as pessoas.

Com seu comportamento exemplar, Kardec nos mostrou como devemos prosseguir, como podemos mostrar as verdades da vida, como fazer as pessoas, ao aderirem o Espiritismo, terem a certeza de que estão seguindo num caminho seguro.

Creio que há necessidade de um alerta amoroso aos irmãos. Não é tudo que pode ser cobrado. O Espiritismo codificado por Hippolyte Léon Denizard Rivail mostrou-se ao mundo com a inocência, a pureza e a autenticidade de uma criança. Kardec soube muito bem fazer aflorar as verdades do Consolador Prometido. É fundamental prosseguir assim e saber quando o cifrão deve desaparecer em atos que pedem caridade.

Lembro-me certa vez, quando na saída de um palestrante de um centro espírita, ele relutava em receber o dinheiro do combustível. Após a insistência do confrade responsável em pagar, ele acabou aceitando. Isso é correto, afinal ele foi chamado a falar e lutava com apuros financeiros para sustentar a família.

Vender livros e empregar os lucros na manutenção das editoras e em obras de caridade são atitudes louváveis e necessárias.

Promover festas beneficentes tornam-se aconselháveis e úteis.

Existem casos, no entanto, que extrapolam o conveniente. Não é minha intenção acusar e nem julgar. Que se pense, todavia, se os atos vêm correspondendo ao que Kardec nos ensinou.

A responsabilidade com que ele nos legou os livros básicos de nossa Doutrina é tão brilhante quanto a luz que existe no firmamento. Assim, que essa luz possa nortear os passos de todos os estimados confrades.

Usufruam a paz que as reflexões nos fornecem e sintam-se gloriosos ante a presença inolvidável de Cristo.

Sem comprometimento com a simplicidade que encanta, o alicerce individual de confrades iludidos poderá ruir.

Só não ruirá o alicerce da Doutrina, pois este alicerce foi erguido por Jesus.


Maria Nilceia

O Sopro dos Espíritos


Os Espíritos do Bem sopram onde quer que se encontrem seres encarnados.
Assim como eles podem descer até as cavernas que servem de esconderijos aos assassinos e soprar-lhes boas ideias ao pensamento, com o propósito de subtraí-los à vida do crime, podem também ditar conteúdos positivos e esclarecedores aos médiuns com os quais estão acostumados a trabalhar, ou então com médiuns com os quais nunca trabalharam, mas lhes oferecem boas condições de receptividade.

Os Espíritos do Bem podem inspirar os fiéis das diferentes religiões. Não se exclua a possibilidade de inspirarem também pessoas que não professam religião nenhuma.
Eles não são propriedades deste ou daquele, pois trabalham a serviço do engrandecimento moral da humanidade; não se fazem de rogados e marcam presença onde lhes apraz. Não é regra básica que revelem seus nomes, assim como podem escrever, aparecer, falar, pintar e compor músicas através de médiuns diferentes.

O cuidado que devemos ter é o de analisar o teor das comunicações. Isso é fundamental.
O veneno do egoísmo, do orgulho, da dureza de pensamentos e sentimentos vem se infiltrando no Espiritismo.
Desta maneira, fornece-se pasto para a discórdia. A luz fica nublada por palavras impensadas.

Depende muito dos leitores avaliarem e ajudarem a dissipar as trevas que ameaçam tolher a beleza das comunicações, a nos trazerem conhecimentos.
Cuidado com elogios capazes de introduzir os médiuns em searas individualistas que patrocinam ilusões descabidas.
Médiuns famosos e conceituados são passíveis de absorverem as energias descompensadas dos aduladores.

Desejamos mesmo contribuir para com a divulgação honesta e abrangente do Espiritismo, acalentador dos ensinos de Jesus?
Então, estudemos, avaliemos e fiquemos longe de comentários pueris.
Considerando estas verdades, tenhamos a certeza que o Bem, através de seus Legítimos Representantes, é como o pólen que se esparrama na superfície da Terra, levado pelas abelhas, pelas borboletas e pelo vento. É também como as sementinhas disseminadas pelos pássaros, tanto em áridos como em férteis terrenos. Assim foi, é e será sempre.
Acalmem-se os ânimos e considerem a positividade das comunicações, deixando de dar tanta importância a nomes de espíritos e de locais.

Valorizar o que é bom e sublime, evitando contendas, é agradável ao Senhor.
A paz e a harmonia envolvam a todos.

Um Espírito Amigo
Psicografia: Maria Nilceia
06/04/2014

terça-feira, 8 de julho de 2014

Fertilizemos os Campos


Prestigie o templo espírita com o respeito e a presença, com o entendimento e a cooperação, valorizando-lhe cada vez mais a missão de escola para a Vida Superior. Como possas e quanto possas relaciona as bênçãos que já recebeste da Nova Revelação, reanimando e orientando os irmãos do caminho.
Disse-nos Jesus:
- Não coloques a lâmpada sob o alqueire.
Podes e deves expor a tua ideia espírita, através da vitrine do exemplo e da palavra, na loja de tua própria vida, para fazê-la brilhar.
Emmanuel – Psicografia: Chico Xavier

Por medo do castigo após a morte e por não ter a mente aberta a fatos que dariam o real conhecimento de diversas situações, o homem vive seguindo determinações que nada têm a ver com as realidades divinas, úteis, justas e convenientes.

A humanidade terrena estaria de posse da maturidade e da felicidade, se houvesse a vontade de analisar os fatos. Ocorreriam sinais evidentes de desenvolvimento emocional, espiritual, intelectual, se fossem anulados os temores, bem como a dependência às palavras de dirigentes religiosos, muitas vezes alimentadores de preconceitos e consequente falta de amor ao próximo. Saberiam reconhecer onde imperam conhecimentos dotados de sentido, equilíbrio e luminosa verdade. Cortariam imediatamente os elos com aqueles que revelam prepotência e vontade de dominar, usando ilicitamente o nome de Deus.

Pessoas há que meditam enquanto andam, quando terminam suas leituras, quando assistem filmes, leem jornais ou revistas; outras, no entanto, vivem como robôs. Aceitam imposições sem questionamentos. Não buscam respostas para suas dúvidas.

Aqueles que já se libertaram dos lixos mentais, possuem a missão de contribuir com o esclarecimento das pessoas, de maneira a não ferir o livre-arbítrio de cada uma. Todo espírita que tem certeza de suas convicções sabe como é essencial para o progresso do mundo, a sua atuação amorosa em favor dos menos esclarecidos.

Aqueles que se fazem acessíveis às boas sugestões, devem ter a nossa ajuda para se livrarem da atuação dos falsos profetas, que iludem, pregando a construção de impérios até mesmo além do panorama físico da Terra, ou seja, na dimensão espiritual. Pessoas simples e de boa fé caem nas pregações enganadoras e entregam seu dinheiro (conseguido com suor) em mãos manchadas pela ganância.

A ignorância faz o ser humano desprevenido cair nas armadilhas daqueles que se dizem representantes de Deus e da verdade. Assim, é preciso dar a devida importância a todos que procuram os centros espíritas. Se tanto sabemos, tanto devemos ajudar. Você, espírita praticante, deseja realmente estar a serviço de Jesus? Então, ajude aqueles que não possuem recursos para adquirir livros. Introduza-os na leitura, no estudo e na vontade de participar de palestras agradáveis. Dê-lhes sim o pão, o agasalho, mas tente incentivá-los no caminho do saber. Estimule-os a serem pessoas de valor, detentoras de bens que conferem digno sustento espiritual/emociona.

Não nos esqueçamos das riquezas divinas ofertadas a nós com amor e dedicação. Façamos o mesmo em relação aos que sofrem o "mal da desorientação". Produzamos fertilizante em abundância e os campos terão a luz da verdade.

Maria Nilceia

sábado, 5 de julho de 2014

Ser Espírita


Ser espírita é procurar fazer a diferença, sem se sentir diferente.
É agir com lucidez e responsabilidade, tomando a iniciativa do melhor em benefício de todos.
É dar testemunho de fé nas mais comezinhas atitudes cotidianas.
É vivenciar as lições da Doutrina, sem, contudo, ser moralista, qual se ser espírita se fizesse inacessível à mais frágil das criaturas.
Spartaco Ghilardi – Psicografia: Carlos Baccelli - Livro: Ser Espírita - LEEP

Ser espírita é arrebatador!
Ser espírita é não ter ciúme no coração, é ser tolerante à crítica construtiva e não se melindrar.
O espírita há de primar em ser fraterno, mesmo quando o coração brigar no peito para exprimir-se de forma diferente da que Jesus ensinou, quando deixou claro que o amor ao próximo deve ser igual ao que sentimos por nós mesmos. Isso supõe compreensão.

Infelizmente, o que temos visto é diferente disso. Pessoas de bem, que conseguiram emocionar o público, fazendo crescer a esperança num mundo pacífico e harmonioso, não estão percebendo a realidade desaconselhável em que se inseriram. Não vislumbram as teias negativas se formando ao seu redor.

Muitos estão de olhos e mentes abertas para as negatividades que vêm ocorrendo. Cada qual tirando conclusões segundo seu grau de entendimento.
Isso não é bom para a doutrina e tão pouco para aqueles que nela estão ingressando.
Que bom se o antagonismo for vencido!

Possa Jesus ajudar esses queridos irmãos que se esquecem por alguns momentos do equilíbrio.
Sem amor, sem docilidade, só se consegue manchar as páginas da história do Espiritismo, e com isso, desiludir pessoas que buscam ensinos positivos recheados de certezas.
Parece que ouço alguém dizendo ao meu ouvido:

- Suavidade, bondade, paciência. Muito cuidado é preciso.

Maria Nilceia

Coração Aberto, Vontade Firme


Quantas vezes fiquei sem dormir, percebendo forças negativas me influenciando. Ao acordar, meu corpo doía como se tivesse sido agredido implacavelmente. No recinto de meu quarto, eu me colocava em oração. Não me sentindo no direito de convocar meus confrades para me assistirem em caráter particular, sabendo eu das tarefas cotidianas que lhes faziam parte da vida, aguardava os dias de funcionamento do centro espírita, para ir buscar ajuda. O máximo que fazia, esperando não incomodar tanto, era ligar para um companheiro aposentado que orava diariamente pelo próximo. Ele, ao me ouvir, orava por mim com boa vontade.

Com animo, punha-me a fazer tudo o que aqueles bondosos irmãos me aconselhavam. Não faltava aos passes, nas horas disponíveis lia obras de autoconhecimento, buscava tratamento homeopático, procurava combater a ansiedade através da confiança em Deus, dos exercícios de respiração suave e controlada a mim ensinados.

Comecei a fazer um curso por ano para receber conhecimentos espíritas que me enriquecessem. Quantas vezes, no passado, eu afirmei que não gostava de estudar e de ler! Quanto tempo perdi!

Aos domingos passei a integrar um grupo de oito voluntários que distribuíam lanches aos pobres numa praça de um bairro de periferia.

Percebi as transformações que se operaram em mim. Não mais os gritos com meus familiares. A calma agora me acompanhava ofertando-me de brinde a paciência e o autocontrole. Minha esposa passou a me acarinhar mais, meus filhos se aproximaram de mim, antes viviam afastados.

Refletindo hoje, reconheço meu valor: consegui benfeitorias em minha vida, pois a partir de minha conscientização, fui aluno esforçado, presente, praticante das lições que os confrades me aconselhavam. Nada de teimosia, nada de preguiça.

Ao analisar alguns confrades, vejo como são comodistas. Querem melhorar a todo custo. Reclamam de tudo. Esperneiam quando não melhoram. Vivem pedindo ajuda, exigindo atendimento particular no centro espírita.

Por que não melhoram? Auscultando seu proceder, vejo que não praticam o recomendado. São ausentes de muitos deveres que poderiam estar desempenhando, o que lhes acarretaria grande alívio.

Desejar tudo para ontem, sem colocar a mão na enxada, sem estudar e praticar... ah, meu irmão, nem um milhão de passes vai fazer você ficar bem!

Não o acuso, mas convido-o a repensar em sua vida e começar a trabalhar.

Manoel Garcia
Centro Espírita Caminho da Luz - São Paulo
Manual Espírita - 162

A Proposta de Jesus


Enquanto o espírito do homem se engolfa apenas em cálculos e raciocínios, o Evangelho de Jesus não lhe parece mais que repositório de ensinamentos comuns. Os Mensageiros – André Luiz - Psicografia: Chico Xavier.

Encantos para aqueles que desejam direcionamento correto, trazendo paz através da conquista da harmonia nos pensamentos e atitudes, isso é o que nos proporciona o Evangelho.
Como André Luiz escreveu, nem todos conseguem raciocinar sobre a importância do Evangelho. A eles parecem que os ensinamentos são desprovidos de atrativos.

Interpretar os ensinos de Jesus com a atenção e a profundidade que merecem, constitui-se em porta larga para encontrarmos a felicidade. As palavras neles contidas são dotadas de sabedoria especial. E por isso Ele nos ensinou:

- Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. João, 14, 1-14
Se Jesus é o caminho, o bem devemos fazer; se Ele é a verdade, Nele devemos crer e se Ele é a vida, com Ele devemos andar.

Andar com Jesus significa despojar-se do supérfluo. Significa também despojar-se do rancor, da ira, dos maus juízos que fazemos daqueles que tantas vezes nos estenderam as mãos.

Perguntemo-nos: o mundo atual, repleto de tantos filhos de Deus, caminha com Jesus? O que as pessoas fazem para conviver bem? Que atenção dão aos seus compromissos? Até que ponto chega o individualismo?

Outras questões: qual o esforço empreendido para cedermos em nossas exigências? Onde a boa vontade de colocarmo-nos numa posição de humildade e ter olhos para o sofrimento alheio? Onde a disposição para vermos a realidade além das aparências? Onde a vontade de nos identificarmos com as águas mansas dos riachos, a nos trazerem os reflexos do rosto de Jesus, dotado de mensagens especiais e seguras?

Não nos esqueçamos: nascemos para alimentar, agasalhar e amar além das paredes de nosso lar. A humanidade é nossa família, onde existem aqueles que necessitam de amor e de esperança, para que consigam levar adiante suas provações, sem dar asas à loucura nascida no desespero.

Aquecer corpos e almas, com sinceridade, eis a proposta de Jesus.

Maria Nilceia

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Exorcismo Não, Amor Sim


As fórmulas de exorcismo têm qualquer eficácia sobre os maus Espíritos?
Não. Estes últimos riem e se obstinam, quando vêem alguém tomar isso a sério.
O LIVRO DOS ESPÍRITOS - 2ª Parte - Capítulo IX

Na doutrina espírita não se usa a prática do exorcismo. Exorcismo não cura espíritos perseguidores, apenas os afasta por algum tempo. E eles voltam tão fortes quanto vieram. O que resolve é orientá-los com brandura e segurança. Esclarecedores espíritas sabem como fazer isso nas reuniões mediúnicas. São especialistas que amam e se compadecem. Daí a sua ascendência sobre os ditos "demônios", que nada mais são do que espíritos desviados do caminho do bem, tão filhos de Deus quanto nós e muitas vezes necessitados de afeto.

Nos centros espíritas não se enfatiza o poder dos espíritos maldosos, pois o poder maior vem de Deus. O que se ensina é a bondade e a caridade. As orientações são no sentido de como receber no coração a doce e amorável presença de Jesus. Esse é o segredo para nos mantermos livres de espíritos mal intencionados. Perdão, calma, harmonia, isso é o que se ensina no Espiritismo.

O dirigente espírita não promete milagres e sim convida aqueles que se sentem perseguidos, a realizarem a sua reforma interior através de posicionamentos, reações e comportamentos que exteriorizem sinceridade no bem.

Isso é o que fornece paz e bem estar. 

Maria Nilceia