Sentido da Vida
Maria Nilceia
Muitos
se questionam:
– porque estamos neste mundo?
– como ser feliz?
Pensando nestes questionamentos é que
tento analisar nosso mundo.
Parece que a vida está sendo tão
direcionada na necessidade de autoafirmação, que se perde aquela ligação mágica
com certos valores que nos dão uma vida feliz.
É grande, é intensa a carência afetiva.
Isso nos faz compreender as atitudes que dão a impressão de realização e
felicidade.
Parece-me que existe um emprego do
tempo em futilidades. Valores se invertem.
Tudo tem que ser fotografado, tudo tem
que ser descrito...
Não tenho nada contra postar fotos, mas
o excesso é prejudicial. Mães e avós expõem seus filhos e netos a todos,
inclusive aos mal intencionados.
E adquire-se a ilusão de que estamos
realizados ante nossas necessidades reais.
Nesse “mundo mágico” curte-se demais a bebida e com ela surgem as desavenças que conduzem as pessoas ao crime.
O que mais me motivou a escrever tais reflexões foi a reportagem exibida no Fantástico, sobre o casal que se embebedou com vinho. Adormeceram sob o poder do vinho. As duas crianças da casa entraram no quarto, pegaram a arma que estava no criado mudo, pois o pai, violento, havia ameaçado matar a mãe. Com a arma na mão, tarde da noite, se puseram a andar até a casa da avó para pedir ajuda.
Aí eu me questiono: qual o poder da
bebida? Saudável, pouco saudável, nada saudável? É preciso beber para conseguir
dar umas boas risadas?
Jovens de todas as idades, bem como
adultos e profissionais de todas as áreas, que deveriam dar o exemplo, sentem a
necessidade de beber e postar as fotos.
Talvez não possuam ainda a consciência
de que estão influenciando aqueles que os observam. E muitas vezes, crianças e
adolescentes.
Buscam intensamente o sentido da vida e
encontram-no em quimeras...
O trem da vida de cada um segue nos trilhos que brilham no começo da viagem, mas que acabam sofrendo a corrosão, pois essa viagem possui recursos emocionais precários.
Mediante tanta ilusão de felicidade, cada um precisa entender as suas necessidades existenciais. É preciso ir à luta, mesmo com dificuldades que certamente são reais.
Talvez nesse contexto caiba um trechinho da música How Can I Go On, cantada por Freddie Mercury:
“Às vezes eu tremo no escuro
Não consigo ver
Quando as pessoas me assustam
Tento me esconder longe da multidão
Tem alguém aí pra me confortar
Precioso Senhor... Escute meu apelo e cuide de mim.”
Certamente, muitos encontrarão no final
desse trecho a sugestão de como e onde buscar o Sentido da Vida.
Começar de novo, do nada, construir uma vida de certezas, com a efetiva presença do Pai a nos amparar.
Que seja assim para todos nós.